terça-feira, 25 de março de 2008

Fichamento do texto nº 1:
BERMAN, Marshall “Tudo que é sólido se desmancha no ar: a aventura da modernidade”.
(páginas: 24 a 49)

O autor começa definindo a modernidade como um conjunto de experiências contraditórias, que fazem surgir pensamentos nostálgicos em relação ao mundo pré- moderno (podemos citar, por exemplo, os fascismos, que exaltava à comunidade, às antigas tradições da Germânia, existentes antes da invasão de Roma). Isso por que a modernidade expande as possibilidades de experiência, mas corrompe valores, pois cria ao longo do tempo seus próprios valores.
A modernização será uma categoria usada para nomear os processos sociais que ocorrem dentro dessa contraditória modernidade. Além disso, as categorias modernismo e modernização vêm da contradição que existia em torno de 1790, pois as pessoas viviam num mundo revolucionário, mas que também não era completamente moderno.
O autor cita Marx e seu argumento de que a vida moderna é contraditória em sua base, pois ao mesmo tempo em que traz evolução (industrial, artística e etc.) ela traz retrocesso (aumento da exploração do homem pelo homem, perda de caráter)
Surgem varias soluções para se livrar dos conflitos da modernidade e autor cita entre elas: 1. ”Livrar-se das artes modernas para livrar-se dos conflitos modernos”, 2.Juntar progresso industrial e retrocesso neofeudal e neo-absolutista em política (cito os fascistas,que em sua ideologia exaltavam ao mesmo tempo a vida no campo e em comunidade e o progresso industrial). Para Nietzsche surgiu como soluções o suicídio, e o uso da historia como um guarda fantasias.
Todos os autores modernistas do século XIX vão ter suas idéias atingidas pelas contradições da modernidade, a qual eles questionavam, põem sua confiança no homem de amanhã (que pode ser o proletário, o anticristão e etc.).
Já no século XX os autores fazem polarizações rígidas, entre os que exaltam a modernidade estão os futuristas no extremo, autores como Bauhaus, Marshall McLuhan, os cientistas sociais norte americanos do pós 2ª Guerra. Para eles o homem era insignificante perante a máquina.
No espaço de negação temos Max Weber (para ele a sociedade sempre molda o homem), Ortega, Foucault (que oferece conforto a geração da década de 60 que convivia com a passividade e a desesperança da década de 70) e a Nova Esquerda. Todas as duas perspectivas anulam o homem como ser capazes de pensar e agir, seja pela sua pequenez perante a máquina ou perante a sociedade.
O autor coloca que durante os anos 60 os pensamentos sobre modernidade deram atenção a temática do modernismo(que o autor define movimentos culturais, artísticos e etc; que deixa suas interrogações a serem respondidas), a partir daí surgiram três tendências modernistas, com divisões mais simples que as do século XIX. Uma se esforça para libertar o artista das vulgaridades modernas, esvaziando a relação entre arte e vida, mas esta arte fica sem lugar e sem objeto certo.
Outra sonha com um modelo de sociedade moderna sem conflitos, é alimentado pelo tratamento popular dirigido ao modernismo como sinônimo de rebeldia. Ainda existe a corrente que pretende eliminar as fronteiras entre os diversos tipos de arte e entre a arte e a vida, aproveitar as possibilidades oferecidas pela modernidade, mas nunca teve espírito de critica
O autor acredita que o pensamento moderno cresceu no século XX, mas as reflexões a respeito da modernidade estagnaram, pois,
“... Perdemos ou rompemos a conexão entre nossa cultura e nossas vidas, (...) esquecemos (...) de nos reconhecermos como participantes e protagonistas da arte e do pensamento de nossa época (...) esquecemos como apreender a vida moderna de que essa arte brota”. (Berman, p.35)
É segundo o autor uma modernidade que está sem contato com o seu modernismo, e por isso incapaz de ter poder de renovação, de organizar a vida das pessoas. O autor propõe uma solução simples, analisar os modernistas do século XIX pensando em nossa era, assim podemos dar sentido as nossas raízes modernas, entender toda a contradição da modernidade que nos permeia e atinge, e criar nossos próprios modernistas permitindo que conheçamos a cultura modernista e tenhamos como nossa.
Bibliografia:

SILVA, Francisco C. T. da, ”Os Fascismos” In ___ FILHO, Daniel Aarão Reis (org.) Século XX, Volume II: O Tempo das Crises.

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