quinta-feira, 22 de maio de 2008

Resenha do Filme Arquitetura da Destruição.
Esse filme procura mostrar como a ideologia nazista tinha objetivos estéticos, de embelezamento do mundo (a beleza traria progresso, libertaria a sociedade da luta de classes) e criação de um novo homem e uma nova cultura superior, para realizar esses objetivos estéticos eles puseram sua ideologia em ação e usaram da política enquanto estavam no poder.
Esse novo mundo seria puro e harmonioso, e nele Hitler seria o responsável pelas novas artes, que assim como o povo necessitavam de uma purificação, assim s nazistas negaram as artes modernas que para lês elogiam a loucura, a depravação e mostravam a degeneração (que os nazistas chamavam de bolchevismo cultural). Hitler desejava uma arte pura, que representasse o novo homem e a nova cultura que ele queria para o povo alemão, para isso ele se inspira em Reinzi, personagem da ópera de Wagner que assim como ele fazia planos para o seu povo, e no próprio Wagner que exaltava assim como ele a cultura nórdica e o anti - semitismo.
Esse novo mundo também seria limpo, misturavam o monumental ao burguês nas construções,
Essas idéias de mundo novo levaram a matança daqueles que não eram considerados “racialmente aptos”, inicialmente com médicos (os ideologicamente correto subiriam de carreira) como lideres, que ao mesmo tempo matavam os “racialmente inaptos” e curava os arianos, o que gerou desconfiança por parte da população, e assim foi lançada uma forte propaganda apresentando primeiramente os doentes mentais e depois os judeus como degenerados que se multiplicavam e impedia a saúde e a beleza alemã, como a medida higiênica. Outra medida foi o conjunto de leis de Nuremberg, que impedia casamentos inter-raciais.
A eutanásia perto das cidades gerou resistência do clero católico e da população, por isso a política de extermínio foi passada ao encargo da SS, que tinha a missão de cumpri-la também de maneira sigilosa e de cuidar da saúde dos arianos, assim o primeiro campo de extermínio criado foi o da Polônia.
Com a resistência russa inesperada, o inverno russo que derrotou as tropas alemãs e a entrada dos EUA na guerra, e a iminente derrota alemã, e a derrota do sonho de um império (e a inutilidade da guerra) um segundo objetivo; a exterminação dos judeus ganhou força principalmente com base no mito da conspiração judaica e das calamidades e ameaças que esses geravam aos alemães (principalmente porque os judeus mantinham a pureza racial e ameaçavam a construção de império com base na pureza racial alemã), pois para Hitler a derrota poderia inspirar as gerações futuras.
O filme também mostra como o projeto cultural de Hitler baseado na arquitetura antiga foi ampliado pela capturação de obras de artes de outros países da Europa, assim como a nova sociedade baseada nos valores antigos e progresso,e a guerra que usava técnicas modernas com objetivos antigos, de aniquilar ou escravizar o inimigo como meio de obter o poder.
BIBLIOGRAFIA:
PAXTON, Robert; Introdução e Capítulo 8 In___ Idem “A anatomia do Fascismo”.
SILVA, Francisco C. T. da, ”Os Fascismos” In ___ FILHO, Daniel Aarão Reis (org.).
BERMAN, Marshall “Tudo que é sólido se desmancha no ar: a aventura da modernidade”. (páginas: 24 a 49).
Resenha do Filme 1900 HOMO SAPIENS.
O filme é basicamente sobre a idéia de eugenia, e como essa idéia (junto à idéia de hereditariedade, evolução e outras idéias biológicas que começavam a serem descobertas) influenciou a política em vários países do mundo, principalmente os europeus durante todo o século XX, esta idéia já existia desde século XIX, mas durante os anos de 1900 até 1945 ela ganha conteúdo pratico principalmente na União Soviética, Alemanha, Estados Unidos e Suécia.
O autor do filme procura mostrar como essa idéia de eugenia estava vinculado à contradição da modernidade, que segundo Berman, expande as possibilidades de experiência, mas corrompe valores tradicionais fazendo surgir pensamentos nostálgicos em relação ao mundo pré- moderno. Assim surge ao mesmo tempo um desejo de progresso e uma saudade do passado idealizado, um sentimento de oposição entre a condição biológica e natural do homem e a sociedade oposição esta que leva a degeneração e destruição racial e cultural.
Nessa época a biologia, e suas descobertas surgem como redenção da humanidade através da eugenia, que pode ser positiva a partir da reprodução somente dos mais aptos (implica em submeter à sexualidade as qualidades genéticas gerando conflito) ou negativos pela esterilização, morte e redução da condição social dos defeituosos, as duas tem em comum a pregação do bem estar da coletividade acima dos direitos do individuo, e de um paraíso terrestre composto somente por pessoas de “sangue” ou “raça” pura.
Cabe agora salientar alguns movimentos eugênicos importantes amostrados no filme: Na Alemanha, a idéia de eugenia se tornou rapidamente popular, os estudos biológicos e antropológicos ficavam a cargo do Instituto de Biologia; responsável por encontrar a conexão entre a hereditariedade, meio ambiente e cruzamento; e a estabelecer medidas sociais para os racialmente saudáveis. Focado no corpo e na estética, o movimento eugenistas alemão chamava atenção para a degeneração e a feiúra do corpo imperfeito causada pela miscigenação e para o padrão de beleza clássica a ser alcançado.
O partido Nacional Socialista Alemão foi o primeiro a usar a eugenia, e a higiene racial como bandeiras, e Hitler foi o primeiro político influente que percebeu a importância dessas bandeiras e lutou por elas, chegando ao extremo do extermínio em massa, com sua ascensão ao poder o Instituo de Biologia de Berlim vira um lugar de propagação de política racial e de idéias,
Nos Estados Unidos a eugenia teve inicialmente sucesso imediato, o que gerou a implantação das políticas de esterilização dos racialmente desprezíveis e as competições eugênicas, onde varias famílias eram avaliadas segundo as medidas físicas e de inteligência. Durante essa época, por volta de 1910 até 1940, a pesquisa genética estadunidense guiou o mundo.
Entretanto durante a década de 40, o movimento eugenistas nos EUA se retrai, principalmente por causa da guerra contra a Alemanha (que era vista como expoente da eugenia, porem na verdade os primeiros países a adotar a eugenia prática foram a Suécia e os EUA), e da “descoberta” (quando a população fica sabendo, pois as autoridades já sabiam há muito tempo) das atrocidades alemães, a partir de então a eugenia é vista pelos estadunidenses como não cientifica.
Atualmente a idéia de montar uma sociedade baseada numa raça superior continua sendo um sonho, revitalizado depois da queda das utopias (“fim do socialismo” com a queda da URSS, e fim do “bom” capitalismo com a crise dos anos 70 e a readaptação do liberalismo).
BIBLIOGRAFIA:
SILVA, Francisco C. T. da, ”Os Fascismos” In ___ FILHO, Daniel Aarão Reis (org.).
BERMAN, Marshall “Tudo que é sólido se desmancha no ar: a aventura da modernidade”. (páginas: 24 a 49).
Fichamento número 8: GOODRICK-CLARKE, Nicholas. Sol Negro: cultos arianos, nazismo esotérico
E políticas de identidade. São Paulo: Madras, 2004. Conclusão.

Nesse texto o autor argumenta que a extrema direita renasceu de uma forma racista, devido a diversos fatores para “reintroduzir a raça como uma categoria legitima de identificação grupal” (GOODRICK-CLARKE, Nicholas, pagina 397), por exemplo, nos EUA os benéficos direcionados somente aos negros e fato da mídia salientar somente os ataques raciais por parte dos brancos, além do pessimismo cultural (a crença de que nossa época é dominada por inferiores raciais e sociais).
Esses movimentos de extrema direita racista acreditam num futuro de dominação dos brancos, e compõem se de um nacionalismo reagente a globalização e a imigração que podem ameaçar a cultura, além de reduzirem os salários e trazerem conseqüências demográficas. E durante a década de 1980, após a morte ou envelhecimento da geração dos nazistas históricos, com um conteúdo esotérico exacerbado, e podendo a vir a ser no futuro um fator desestabilizador da democracia ocidental. Nessa época iniciou se também o revisionismo histórico (corrente historiográfica que pretende negar o Holocausto e as barbaridades do fascismo), devido à falta de testemunhas.
Segundo outro autor, Robert Paxton esse movimento assustou mais que conquistou aliados na maioria dos casos, embora a crise da década de 70 e do aumento das imigrações de países subdesenvolvidos para países desenvolvidos fez com que esses movimentos conquistassem parte do poder embora para isso tivessem que se distanciar da linguagem e da imagem fascistas, criando uma base moderada baseada na retórica da ameaça a identidade nacional representada pelos estrangeiros, usada também pelo fascismo clássico, conquistou grande parte dos seus eleitores, por outro lado ao contrario do fascismo clássico, esses novos movimentos são a favor do liberalismo, das constituições democráticas e do estado de direito, principalmente por causa da crise da década de 70-80.
BLIBLIOGRAFIA:
DIAS, Adriana . Links de Ódio – o racismo, o revisionismo e o neonazismo na internet.
KOUTZII, Flávio. Neonazismo e revisionismo: Um desafio político.
VÍZENTINI, Paulo Fagundes. O ressurgimento da extrema direita e do neonazismo: a dimensão histórica e internacional.
TRINDADE, Hélgio. Fascismo e Neofascismo na América Latina .
PAXTON, Robert. A Anatomia do Fascismo. Capítulo 7.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Fichamento número 7: POLANYI, Karl. A grande transformação. Editora Campus LTDA. Rio de Janeiro.1980.Capítulo 12.
O autor discute a formação do credo no livre mercado, ou seja, do liberalismo com três pilares: o padrão ouro, o livre comércio e um mercado livre de trabalho que formava um todo. Apesar disso, por volta de 1880 esse liberalismo só existia na produção, em relação ao comercio ainda era visto como um risco por parte dos industriais. Essa crença no liberalismo econômico se solidificou depois da crise de 1825.
Esse livre comércio teve base num protecionismo industrial e comercial, portanto imposto pelo Estado, criando legislação contra restrições, aumentando suas funções administrativas e formando uma burocracia central capaz de executar tarefas que o liberalismo precisa. Ou seja, o caminho para o livre comércio foi percorrido com intervencionismo do Estado.
Esse movimento de intervenção protecionista do Estado por volta de 1870 foi vista pelos liberais como parte de uma conspiração antiliberal, tese que os estudos históricos não comprovam já que essa legislação foi feita pragmaticamente e sem mudar o pensamento liberal daqueles que detinham o poder, pois estes apenas perceberam os perigos de um mercado auto regulável.
Por exemplo, essas legislações se referiam a assuntos diversos, cujo desenvolvimento teve uma influencia política e ideológica diferente em cada país, portanto não poderia ser fruto de uma ação combinada, apenas observaram a evolução das condições sob as quais o problema surgiu r para o qual buscou solução.
Outro exemplo é que os próprios liberais defendiam essas legislações, principalmente as leis contra sindicatos e monopólios que apesar de atacar a liberdade de associação era necessária para não prejudicar o comércio, pelo aumento de salários ou de preços.
Finalmente o autor diferencia o laissez-faire, oposto do intervencionismo que entrou em contradição com o avanço industrial e o liberalismo econômico que organiza a sociedade com base na idéia que o mercado se auto regula,embora esses liberais apelem sempre para o Estado no sentido de criar ou manter esse mercado.
BLIBLIOGRAFIA:
MARX, Karl. O manifesto do Partido Comunista.
MARX, Karl. O Capital.
Fichamento número 7: PAXTON, Robert. A Anatomia do Fascismo.
Capítulo 7.
Esse texto visa discutir as possibilidades de ressurgimento do nazismo, debate que gira em torno das concepções de nazismo e das manifestações recentes do mesmo (principalmente na década de 80 e 90 como movimentos de extrema-direita). A maioria dos autores envolvidos nesse debate ressalta que as condições européias daquela época não podem se repetir, os que afirmam que o fascismo é possível mostram ele como um racismo e nacionalismo violentos.
E importante ressaltar que a volta ao fascismo é facilitada principalmente devido à morte da geração da época do fascismo clássico (anos 40), sem estas testemunhas deu se inicio ao revisionismo histórico (corrente historiográfica que pretende negar o Holocausto e as barbaridades do fascismo), e reacendeu se a chama da possibilidade de um novo fascismo com outras características.
Embora o ressurgimento seja em grande parte como movimento de extrema direita, e assuste mais do que conquiste aliados na maioria dos casos, é importante ressaltar que em grande parte fruto da crise da década de 70 e do aumento das imigrações de países subdesenvolvidos para países desenvolvidos em alguns países como na França e Inglaterra esses movimentos chegaram a ter fatias de representação no Parlamento, nas votações locais; ou seja, começaram a ter algum poder, entretanto distanciados da linguagem e da imagem fascistas, incluindo entre seus partidários veteranos fascistas, conservadores moderados e socialistas desiludidos após a queda da URSS.
Essa base moderada era extremamente necessária para cegara ter algum poder, devido à recente lembrança da situação pós 2ª Guerra. Baseados na retórica da ameaça a identidade nacional representada pelos estrangeiros, usada também pelo fascismo clássico, conquistou grande parte dos seus eleitores, por outro lado ao contrario do fascismo clássico, esses novos movimentos são a favor do liberalismo, das constituições democráticas e do estado de direito, principalmente por causa da crise da década de 70-80.
Finalmente, o autor discute a possibilidade do fascismo ocorre fora das condições matérias européias, analisando ditaduras da década de 30-40 no mundo subdesenvolvido, discutindo principalmente as ditaduras de Perón e Vargas, que tinham semelhanças com o fascismo na área da propaganda, mas havia grandes diferenças. Já a variante japonesa, imposta pelos governantes, embora tivesse semelhanças como o medo dos russos, era mais um império expansionista com políticas de massas segundo Paxton. Também discute a possibilidade de um fascismo religioso, que substituiria a idéia de nação por religião como aglutinadora da identidade nacional.
BLIBLIOGRAFIA:
DIAS, Adriana . Links de Ódio – o racismo, o revisionismo e o neonazismo na internet.
KOUTZII, Flávio. Neonazismo e revisionismo: Um desafio político.
VÍZENTINI, Paulo Fagundes. O ressurgimento da extrema direita e do neonazismo: a dimensão histórica e internacional.
TRINDADE, Hélgio. Fascismo e Neofascismo na América Latina .

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Este texto descreve uma época em que a industrialização estava chegando a varias regiões do mundo, e as condições de vida e trabalho estavam melhoras que nunca, e os países europeus estavam ampliando seus domínios, por necessidade de mercados e de matérias - primas, ou seja, entre 1876 e 1914.
Essa expansão territorial se dirigiu basicamente para a África, Oceano Pacífico e Ásia, e foi produto da necessidade interna do modo capitalista de produção, que não encontra mais espaço para se reproduzir nos limites do Estado- Nação, e criou embate com os limites jurídicos cuja aplicação só pode ser feita em um território limitado, nas colônias os indivíduos que possuíam o capital ou que eram administradores colônias decidiam, com ajuda do aparato militar. Então o autor argumenta que justamente por isso que o termo imperialismo, cunhado para explicar essa era, não é correta; pois se correlaciona com a idéia de império, que estenderia suas leis para os seus domínios, processo que não ocorreu nessa época de dominação.
Essa nova colonização também ocorreu por meios de investimentos de capital em países independentes politicamente, mas não financeira, como o Brasil.
Nessa era também houve alterações nos comportamento do homem médio europeu; como o aumento da população pelo desenvolvimento da ciência e de medicina, aumento do tempo de lazer, o surgimento das vitrines de lojas e exposições de tecnologia, com as quais as pessoas se deslumbravam; e o nascimento do turismo. Justamente criou se a crença de que a ciência e a técnica são infalíveis.
Apesar de todo o progresso, e euforia com as transformações e as melhores condições de vida, houve também uma crise de identidade, por causa da “expansão e de superação de uma vida levada na mais pacata ordem, rotina e disciplina” (pagina 164). Ou seja, as certezas do pensamento europeu iluminista estavam desaparecendo, os antigos valores entrava em contradição com a realidade, o que levou a uma busca pelo ocultismo principalmente pelo pensamento conservador de direita.Uma das principais transformações foi o inicio da participação da mulher na vida pública como trabalhadora,mas também como eleitora.
Os romances de aventura dessa época expressam bem essa crise identitária (a produção literária nessa era foi grande). Por exemplo, para o autor o romance de Rudyard Kipling, que conta a estória de Mowgli é uma tradução da obediência que o cidadão devia ao Estado. E o de Joseph Conrad, mostra como onde está sem convenções, o homem expande seu poder e leva tudo a destruição, portanto esses dos autores descrevem os aspectos contraditórios do homem moderno e expandem os horizontes humanos na medida em que quem não tinha dinheiro para viajar, lia um romance e se defontrava com um novo mundo. Junto ao romance, e aos relatos de viajantes surgiu a antropologia, os três buscavam de maneira diferentes responder as curiosidades acerca das sociedades coloniais.
O imperialismo teve que lutar também contra uma força política de contestação, o socialismo, que ele ajudou a propagar nessa era.
Este texto descreve uma época em que a industrialização estava chegando a varias regiões do mundo, e as condições de vida e trabalho estavam melhoras que nunca, e os países europeus estavam ampliando seus domínios, por necessidade de mercados e de matérias - primas, ou seja, entre 1876 e 1914.
Essa expansão territorial se dirigiu basicamente para a África, Oceano Pacífico e Ásia, e foi produto da necessidade interna do modo capitalista de produção, que não encontra mais espaço para se reproduzir nos limites do Estado- Nação, e criou embate com os limites jurídicos cuja aplicação só pode ser feita em um território limitado, nas colônias os indivíduos que possuíam o capital ou que eram administradores colônias decidiam, com ajuda do aparato militar. Então o autor argumenta que justamente por isso que o termo imperialismo, cunhado para explicar essa era, não é correta; pois se correlaciona com a idéia de império, que estenderia suas leis para os seus domínios, processo que não ocorreu nessa época de dominação.
Essa nova colonização também ocorreu por meios de investimentos de capital em países independentes politicamente, mas não financeira, como o Brasil.
Nessa era também houve alterações nos comportamento do homem médio europeu; como o aumento da população pelo desenvolvimento da ciência e de medicina, aumento do tempo de lazer, o surgimento das vitrines de lojas e exposições de tecnologia, com as quais as pessoas se deslumbravam; e o nascimento do turismo. Justamente criou se a crença de que a ciência e a técnica são infalíveis.
Apesar de todo o progresso, e euforia com as transformações e as melhores condições de vida, houve também uma crise de identidade, por causa da “expansão e de superação de uma vida levada na mais pacata ordem, rotina e disciplina” (pagina 164). Ou seja, as certezas do pensamento europeu iluminista estavam desaparecendo, os antigos valores entrava em contradição com a realidade, o que levou a uma busca pelo ocultismo principalmente pelo pensamento conservador de direita.Uma das principais transformações foi o inicio da participação da mulher na vida pública como trabalhadora,mas também como eleitora.
Os romances de aventura dessa época expressam bem essa crise identitária (a produção literária nessa era foi grande). Por exemplo, para o autor o romance de Rudyard Kipling, que conta a estória de Mowgli é uma tradução da obediência que o cidadão devia ao Estado. E o de Joseph Conrad, mostra como onde está sem convenções, o homem expande seu poder e leva tudo a destruição, portanto esses dos autores descrevem os aspectos contraditórios do homem moderno e expandem os horizontes humanos na medida em que quem não tinha dinheiro para viajar, lia um romance e se defontrava com um novo mundo. Junto ao romance, e aos relatos de viajantes surgiu a antropologia, os três buscavam de maneira diferentes responder as curiosidades acerca das sociedades coloniais.
O imperialismo teve que lutar também contra uma força política de contestação, o socialismo, que ele ajudou a propagar nessa era.
Este texto descreve uma época em que a industrialização estava chegando a varias regiões do mundo, e as condições de vida e trabalho estavam melhoras que nunca, e os países europeus estavam ampliando seus domínios, por necessidade de mercados e de matérias - primas, ou seja, entre 1876 e 1914.
Essa expansão territorial se dirigiu basicamente para a África, Oceano Pacífico e Ásia, e foi produto da necessidade interna do modo capitalista de produção, que não encontra mais espaço para se reproduzir nos limites do Estado- Nação, e criou embate com os limites jurídicos cuja aplicação só pode ser feita em um território limitado, nas colônias os indivíduos que possuíam o capital ou que eram administradores colônias decidiam, com ajuda do aparato militar. Então o autor argumenta que justamente por isso que o termo imperialismo, cunhado para explicar essa era, não é correta; pois se correlaciona com a idéia de império, que estenderia suas leis para os seus domínios, processo que não ocorreu nessa época de dominação.
Essa nova colonização também ocorreu por meios de investimentos de capital em países independentes politicamente, mas não financeira, como o Brasil.
Nessa era também houve alterações nos comportamento do homem médio europeu; como o aumento da população pelo desenvolvimento da ciência e de medicina, aumento do tempo de lazer, o surgimento das vitrines de lojas e exposições de tecnologia, com as quais as pessoas se deslumbravam; e o nascimento do turismo. Justamente criou se a crença de que a ciência e a técnica são infalíveis.
Apesar de todo o progresso, e euforia com as transformações e as melhores condições de vida, houve também uma crise de identidade, por causa da “expansão e de superação de uma vida levada na mais pacata ordem, rotina e disciplina” (pagina 164). Ou seja, as certezas do pensamento europeu iluminista estavam desaparecendo, os antigos valores entrava em contradição com a realidade, o que levou a uma busca pelo ocultismo principalmente pelo pensamento conservador de direita.Uma das principais transformações foi o inicio da participação da mulher na vida pública como trabalhadora,mas também como eleitora.
Os romances de aventura dessa época expressam bem essa crise identitária (a produção literária nessa era foi grande). Por exemplo, para o autor o romance de Rudyard Kipling, que conta a estória de Mowgli é uma tradução da obediência que o cidadão devia ao Estado. E o de Joseph Conrad, mostra como onde está sem convenções, o homem expande seu poder e leva tudo a destruição, portanto esses dos autores descrevem os aspectos contraditórios do homem moderno e expandem os horizontes humanos na medida em que quem não tinha dinheiro para viajar, lia um romance e se defontrava com um novo mundo. Junto ao romance, e aos relatos de viajantes surgiu a antropologia, os três buscavam de maneira diferentes responder as curiosidades acerca das sociedades coloniais.
O imperialismo teve que lutar também contra uma força política de contestação, o socialismo, que ele ajudou a propagar nessa era.

O autor argumenta que a nossa compreensão dos mecanismos que tornaram o Holocausto possível não avançou, por isso talvez estejamos despreparados para entender os sinais de alerta. Ele ressalta que a autoridade dos Estados não é suficiente para justificar o Holocausto. O Holocausto é um produto da sociedade moderna, que ela não conseguiu dominar, que estão em maior parte do tempo a margem e portanto não podem ser observados. E por esses motivos e necessário estudá-lo.

O Holocausto foi feito segundo o autor à maneira moderna, ou seja, de forma racional, planejada, com base cientifica, eficientemente coordenada e executada, com uma burocracia sem a qual não teria sido possível (pois se dependesse das pessoas não chegaria aos resultados que chegou), justamente o Holocausto tem algo novo, foi independente de emoções individuais e grupais e das conseqüências destas.

Isso porque o objetivo do Holocausto estava acima das emoções, o objetivo de construir uma sociedade perfeita; suas vitimas morreram por não se adaptarem a esse projeto de sociedade, esse projeto foi produto da modernidade, que criou sonhos de racionalização, planejamento e controle; e claro as tecnologias e técnicas que permitiram a criação de projetos de sociedade perfeita.

Dentro da burocracia, a divisão funcional do trabalho, ou seja, a especialização de cada trabalhador e o conseqüente distanciamento dele em relação ao resultado final faz com que suas preocupações estejam voltadas para técnica. A burocracia também leva a desumanização dos objetos da operação burocrática, pois os objetos de sua ação são reduzidos a medidas quantitativas, importando apenas os lucros do resultado o que une os trabalhadores burocráticos com o objetivo de fazer sua ação de maneira mais eficiente possível.

A burocracia tem como vimos uma lógica interna propria. Na Alemanha ela preencheu o espaço entre a execução e a idéia, e foi por causa de sua concentração nos meios que o Holocausto ganhou uma força própria, saciando a violência que estava concentrando à margem da sociedade. O Holocausto mostrou o potencial mortífero das conquistas da ciência moderna, foi produto dela o questionamento da autoridade, da religião e da ética, além de virar instrumento nas mãos do Estado Nazista. Além da ciência a falta de resistência por parte dos espectadores que foi fraca, ajudou o regime a crescer. As forças econômicas e sociais se enfraqueceram, e foram substituídas por forças políticas do Estado Nazista, com a sujeição dos governos locais a esse governo central.

O autor argumenta finalmente que atualmente devido ao crescimento das tecnologias, e maior distanciamento entre o executor da tarefa e seu resultado podem levar a radicalizações como o Holocausto.



sábado, 3 de maio de 2008

Fichamento número 5: HOBSBAWM, Eric. A era dos extremos.

São Paulo, Companhia das Letras, 1995. Capitulo 5.

A situação de aliança entre o mundo capitalista e o socialista contra um inimigo comum, a Alemanha de Hitler na qual viam um perigo maior; durou de 1939 ,quando os EUA reconhecem oficialmente a URSS,até 1947 quando começa a Guerra entre os dois.

A Alemanha era diferente, pois se tratava de um Estado cuja política era determinada ideologicamente, mesmo assim entre 1933 e 1941 cada país tratou a Alemanha de acordo com seus interesses, só que a lógica de guerra de Hitler acabou tornando-a global, ao levantar as mesmas questões nos países ocidentais e separar as sociedades em pró e antifascistas. Além do balanço do equilíbrio de poder entre os Estados - nação, estava em curso uma guerra ideológica entre os herdeiros dos iluministas e seus adversários.

Foi uma época em que foi importante o patriotismo, a lealdade de um cidadão ao seu governo, e por essa idéia de patriotismo que foi combatido o nazismo em alguns países. A Alemanha se tornou a mais implacável e comprometida com a destruição dos valores da civilização, entre os países do Eixo, e a mais capaz de levar em diante o seu projeto.

A crise do liberalismo e a debilidade dos Estados democráticos liberais (incapazes de adotar políticas antipopulares, como o antifascismo) fortaleceu o fascismo, que estavam com a 1ª Guerra na memória (que os enfraqueceu economicamente, o que também dificultou reação) e por isso tentaram evitar a todo custo uma nova guerra, apesar de muito popular o pacifismo desapareceu na década de 40. O único país importante que inicialmente teve coragem de se opor ao nazismo foi a URSS, o primeiro a apresentar a idéia de aliança independente da ideologia; contra o fascismo. O nazismo tratava os dois lados como inimigos.

A formação de Frentes Populares antifascistas, e suas vitorias eleitorais mostrou os custos da desunião e geraram esperanças nos movimentos trabalhistas e socialistas, entretanto não indicaram muita ampliação do antifascismo, pois não houve mudanças eleitorais para a esquerda na Europa Ocidental.

O antifascismo organizou os adversários tradicionais da direita, mobilizou minorias devido ao seu racismo e hostilidade à liberdade intelectual. Os conservadores simpatizavam com o nazismo devido ao extermínio da esquerda que praticava, só depois da guerra e que o anti-semitismo tornou - se questão de morte.

Os governos ocidentais não quiseram entrara em alianças com a URSS contra Hitler mesmo em 1938-1939, quando essa aliança era vista como urgente por todos,e o temor de enfrentar Hitler sozinho levou Stalin a fazer um pacto com o mesmo em 1939. Essa fracassada tentativa de resistência a Hitler possibilitou também, a ascensão sem resistência da Alemanha Nazista entre 1933-1939, inclusive com medo de que as forças russas invadirem seus territórios, ou com medo de que uma 2ª Guerra desmembrasse os seus impérios, preço que os imperialistas britânicos não estavam dispostos a pagar.

Assim, os governos ocidentais tentaram negociações com a Alemanha, mas esses acordos se mostraram impossíveis na medida em que Hitler se mostrou totalmente não pragmático, deixando duas opções:a guerra ou a aceitação da dominação nazista.

Só depois que a política expansionista de Hitler mobilizou as massas, com a ocupação da Tchecoslováquia,e que os governos também se mobilizaram para combater o nazismo;já em 1939 a guerra parecia provável demais,mesmo assim a Europa não se preparou para ela,muitos das suas autoridades chegaram até cogitar em se aliar ao fascismo,mas o que dificultava era o Hitler.

Apenas durante a Guerra Civil Espanhola as forças antifascistas conseguiram ser moldadas, pois permitiu um afrouxamento das hostilidades entre capitalistas e socialistas, o que permitiu a posterior aliança antifascista entre eles, até 1941 quando a Alemanha invadiu a URSS e declarou guerra aos EUA, a guerra se tornou global, e política consolidando de vez a aliança antifascista.

A Resistência foi organizada basicamente por civis, sua importância militar foi pequena até a Italia se retirar da Guerra em 1943, maior mesmo foi à importância político e moral dela, na Alemanha essa resistência foi impossível devido à morte da maioria dos opositores do regime, e a tendência da Resistência era de esquerda, principalmente com influencia dos comunistas entre 1945-1947; acostumados a viver na ilegalidade ao contrario dos adeptos de outras ideologias, seu internacionalismo, e a convicção com que dedicavam suas vidas a causa. Apesar dessa influencia, os comunistas não tentaram estabelecer regimes revolucionários, pois a propria URSS aconselhou os partidos a isso.

Na maioria dos países europeus depois da Guerra houve mudanças sociais que procuravam aprender lições da Crise de 1929 e da 1ª Guerra, para evitar o surgimento de outro Hitler. Exceto na URSS (mas a Guerra impôs tensões a estabilidade do sistema, a vitoria na Guerra foi baseada no patriotismo) e nos EUA (envolvido com problemas internos e distantes da Guerra).

Outra conseqüência da Guerra foi o surgimento de movimentos de libertação colonial que se inclinaram em sua maioria para esquerda, pois esta tinha primazia em teorias e políticas antiimperilalistas, também porque as políticas racistas e nostálgicas dos nazistas não eram bem aceitas pelos modernizadores lideres de movimentos antiimperialistas, apesar das massas desses países se mobilizarem por sentimentos como tradicionalismo, exclusivismo religioso e étnico, desconfiança em relação ao moderno, e podiam ter recebido influencia nazista, mas no poder estavam pessoas seculares e modernizantes. Ao contrario da Europa, nesses países os comunistas não tiveram muitos triunfos políticos.

O fascismo logo após a Guerra desapareceu da vida política, pois só trazia lembranças amargas, e as alianças entre forças ideológicas diversas que se basearam em um inimigo comum, e aspirações de igualdade de direitos entrou em colapso.


BIBLIOGRAFIA:

BERMAN, Marshall. Tudo o que é sólido se desmancha no ar: a aventura da modernidade.Introdução.