quarta-feira, 11 de junho de 2008

RESENHA DO FILME “ A CONQUISTA DA HONRA”.

Dirigido por Clint Eastwood e produzido por ele junto a Robert Lorenz, Steven Spielberg,e com participação de Patrick Dollaghan, Michael Ahl, Joey Allen, Gunnarr Baldursson, Adam Beach, Jamie Bell, Ken Watanabe, Paul Walker, Ryan Phillippe, Jon Kellam, Andri Sigurðsson e inspirado na obra de James Bradley e Ron Powers,e na história veridica dos sodados que ergueram a bandeira norte-americana na ilha japonesa de Iwo Jima,durante as lutas travadas contra o Japão durante a II Guerra Mundial,que após esse ato viram heróis e acabam participando de uma turnê nos EUA para angariar fundos para o exercito,e para fazer propaganda da Guerra.De cidade em cidade, vão posando de heróis mesmo que não tenham sido e sorriem mesmo que se sintam aterrorizados pelas lembranças de seus companheiros de batalha por causa de uma fotografia tirada por Joe Rosenthal da Associated Press,mostrando todo o nacionalismo patriotico,em moda na epoca,que foi uma das causa da Guerra.
Esse luta foi decisiva,pois na Europa a Guerra já havia acabado,mas no Pacifico não,portando a luta pela conquista da ilha japonesa de Iwo Jima foi crucial para o fim da Guerra (e uma das batalhas crucias para os estadunidenses) e a vitoria definitiva dos Aliados,o filme mostra a luta que ceifou a vida de 21 mil soldados japoneses e 6,8 mil jovens ocidentais.
O mais interessante é que a maioria dos soldados é de origem humilde,entre eles a um descendente de índios e um filho de agricultores,mostrando como a politica de Guerra Norte -Americana tinha entre os seus objetivos se livrar da grande quantidade de jovens entre as populações de baixa renda,inclusive para manter a paz da classe média,pois estes mesmos jovens se se mantessem vivos poderiam começar a fazer reivindicações e a mostrara o quanto a economia norte-americana ia mal através dos índices de desemprego,miseira ,fome e etc.Além disso o autor do filme faz através deste uma discussão do conceito de heroismo.

Fichamento do texto: MILMAN, Luis.
Negacionismo: Gênese e desenvolvimento do extermínio conceitual.

O negacionismo é uma irracionalidade, e uma prova de que a imaginação anti - semita ainda pode estar a serviço de um projeto político com vista a impedir uma pseudo- conspiração de judeus. Para Milman o negacionismo é uma construção ideológica (seu objetivo é reabilitar o nazifascismo como opção política) aspirante a historia, e por isso colocam questões profundas aos historiadores quanto ao papel da História e da memória para a educação humanista.
Um dos argumentos dos negacionista é que existem enfoques antagônicos sobre os fatos do Holocausto, mas sobre os fatos não há duvidas, pois já foram cientificamente comprovados. Mesmo sendo uma historiografia contorcida, o negacionismo é a expressão do perpectivismo relativista, que tentam justificar o Holocausto como um crime de guerra retirando a avaliação moral do Holocausto (Milman coloca que ao contrario dos crimes de guerra o Holocausto foi deliberado e planificado,executado de forma industrial com emprego de tecnologia, de métodos de planejamento modernos e a criação de uma máquina administrativa), amplamente favorecidos pela distancia temporal do fim da II Guerra Mundial e pela destruição que os nazistas causaram a maioria das provas do Holocausto (como Primo Levi coloca em seu livro os afogados e os sobreviventes, grande parte da história do Holocausto é composto pelos testemunhos de seus sobreviventes).
Começando com Maurice Bardèchetendo depois se expandindo por outros países e outros intelectuais importantes como Paul Rassinier e Robert Faurisson como o inglês David Irving, o norte-americano Arthur Butz e o francês Roger Garaudy|, o negacionismo tem seu surgimento nos anos 50,e uma maior produção cientifica e adesão de intelectuais durante as décadas de 70 e 80,durante os quais passa o componente das tentativas de reestruturação política do fascismo.Mais tarde um de seus principais intelectuais , Garaudy,torna-se-a um martí devido as sanções penais a qual foi subemetido.
Além disso ,Milman ressalta a existência de um negacionismo de esquedar,que se apropiam dos erros da da monografia de Marx ,A Questão Judaica (1844) que identifica o modo de vida judeu a o modo de vida capitalista;e acaba dando respaldo intelectual a tese de que os judeus são comrrompidos,são sujos e só querem dinheiro não sabendo analisar que as motivações judeaiscas pelo dinheio não eram raciais e sim sócio-economicas , “O Anti-semitismo, sua história e suas causas” de Bernard Lázaro, “História judia, religião judia e O peso de três milénios” de Israel Shahak,”Judaísmo e alteridade”, de Alberto d'Anzul também são livros usados pelos revisionistas de esquerda.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Resenha do Livro de Literatura: CONRAD, Joseph. O Coração das Trevas.
Belo Horizonte. Editora Itatiaia. 1984.

Se formos fazer uma história da literatura, constataremos que o período do colonialismo de 1876 a 1914 foi um período cheio de sugestões misteriosas, aventureiras e pirotescas
a esse tipo de produção artística, foi nessa época que o escritor polonês Joseph Conrad escreve seu romance-aventura.
Metafórico, as selvas que ele descreve através da boca de seu personagem principal o capitão Marlow, representam um espaço no qual o homem europeu colonizador se vê livre das convenções normais a qual estava submetido no seu país natal, e tomado pela ideologia de progresso na qual foi educado desde pequeno, expande sobre o espaço colonizado o seu poder e acaba levando tudo a destruição e a barbárie, ainda como marinheiro Marlow contratado por uma companhia comercial, é enviado numa missão para procurar o funcionário exemplar da companhia o capitão Kurtz (os dois foram indicados e contratados pelo mesma indicação na Companhia)que é o exemplo da metáfora de Conrad, escondido na selva Kurtz faz de tudo para extrair marfim, principal produto da companhia belga, mas acaba pondo em risco os poderes da mesma.
Marlow descreve a dominação do homem branco sobre outros povos, inicialmente acredita que Kurtz havia se embrenhado no ponto mais profundo da selva para resgatar os selvagens, ou levar a eles a civilização, mas descobre que o único objetivo de Kurtz é buscar fortuna e poder, Marlow descreve também contradição inerente a sensação de poder que a dominação colonial trazia que por causa de elementos da política e da cultura européia da época tinha um desejo incontrolável de expansão, e, portanto inerente ao homem moderno. E como Kurtz perde a referência ética e moral por causa do seu isolamento de outros homens colonizadores, e da convivência só com os selvagens que haviam feito dele um deus, e quando finalmente Marlow o encontra ao invés da personificação de um mito do qual todo falavam muito bem, Kurtz estava doente e abatido por sua ambição.
O autor Joseph Conrad situa o romance - aventura nas selvas do rio Tâmisa, um lugar onde dez dias pode parecer uma eternidade (o capitão Marlow metaforiza a selva nas duas mulheres que o atenderam na Companhia guiavam ao desconhecido e eram indiferentes como os rostos que viam, como se algo poderoso existisse na selva ,aguardando o fim daquela invasão para qual ele e seus colegas estavam colaborando), que permanece inalterado apesar dos trabalhos prestados por colonizadores aos selvagens, que em busca de riqueza ou fama haviam sido a gloria de suas nações-impérios, enfrentando o clima e outras dificuldades da região.
Através do seu personagem o autor diferencia as tentativas de conquistas antigas das modernas, pelo fato das ultimas terem um apego a eficiência, e, portanto alcançarem mais rapidamente e melhor seus objetivos, e esse apego a eficiência é ensinado às crianças, através da demonstração da gloria dos exploradores incitam novas gerações de exploradores.
Contraditoriamente Marlow sabe que a companhia só tem objetivos mercantis e financeiros na exploração do marfim das terras africanas, ele tenra acreditar que a missão tem um algo de filantrópico, da parte dos colonizadores em querer levar a civilização, o progresso para os selvagens, para ele a sua tia (que o descrevera como uma criatura maravilhosa,apesar do trabalho no além mar não ser bem visto pela maioria)que acreditava nisso estava longe da realidade (ele argumenta que essa era uma característica comum das mulheres em relação a todos os assuntos e de muitas pessoas em relação ao assunto da colonização devido a ideologia da época que pregava a conquista com esse sentido filantrópico,e que os colonizadores e não as companhias eram responsáveis por este) e para a maioria das pessoas Kurtz era a personificação dessa missão, conseguindo ser ao mesmo filantrópico no sentido descrito acima e lucrativo.Mas na posto onde não havia extração/venda de marfim havia um clima de conspiração,porque todos queriam ir para os postos que tinha extração/venda de marfim para lucrar com isso.
Em um determinado momento o capitão Marlow descreve o baixo valor que tinha a vida humana nessas regiões colonizadas, onde, soldados eram desembarcados pra tomarem conta dos funcionários aduaneiros e ambos morriam no meio da selva, descreve também a escravização desnecessária dos selvagens que para ele não podiam ser vistos como inimigos apesar da maioria de seus colegas exploradores /colonizadores serem a favor das punições e da escravização como forma de evitar novas rebeliões, além de outras destruições (da selva, da cultura ) sem sentido inclusive implantando um sistema em que os próprios nativos dominavam uns sobre os outros e as pessoas que morriam eram obrigadas a se embrenhar na selva e em alguns pontos foram obrigados a fugir das suas casas por medo ,o capitão Marlow retrata também como era estranho o uso de componentes espantosamente vindos do outro lado do mar por parte dos nativos selgavens.
Apesar disso o capitão Marlow argumenta que era necessário controlá-los principalmente os mensageiros que não eram confiáveis ,e os carregadores que provocavam confusões fugindo à noite
O ápice da descrição da contradição moderna e da ideologia européia da época é escrito quando o capitão Marlow descreve o contador da companhia que em meio à desmoralização, ao calor, ao barulho que o fazia detestar os selvagens, e as moscas com punhais e não ferrões mantinha suas roupas arrumadas muitíssimo bem, demonstrando firmeza moral, e no momento em que descreve o jovem aristocrata que apesar de ser um trabalhador por sua posição social tornara-se o espião do gerente(que o capitão Marlow descreve como um ineficiente que só tinha galgado o posto por que tinha uma boa saúde em meio a mundo de doenças) ,e como este tinha direito a velas.
Outro ponto importante é a demonstração a tese eugênica em moda na época,na parte em que pó medico examina o capitão Marlow,mede o seu crânio e tenta procurar uma razão biológica para ele estar disposto aos sacrifícios de uma vida além –mar,o médico afirma tenebrosamente que nunca consegue ver novamente seus pacientes que tem esse destino e por isso não consegue completar os estudos,para ele as alterações eram internas ligadas a algum problema genético como pregava a eugenia.

BIBLIOGRAFIA:

BERMAN, Marshall. Tudo o que é solido se desmancha no ar.
DE DECCA, Edgar. ”O colonialismo como glória do império” in ___ REIS FILHO, Daniel Arão.O século XX: o tempo das incertezas. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2000. Volume I,
HOBSBAWM, Eric. A era dos impérios.

Resenha do Livro de Literatura: LEVI, Primo. Os afogados e os sobreviventes.
Rio de Janeiro. Editora Paz e Terra, 1990.

O autor foi um dos primeiros a escrever sobre o Holocausto, trabalho pelo qual foi amplamente reconhecido, principalmente por ter sido prisioneiro no campo de concentração/eliminação de Auschwitz-Birkenau, nascido em julho de 1919, morreu em abril de 1987 na Italia, sendo suas principais obras É isso um Homem?(trabalho memoralista),o fascismo se deu durante a sua formação universitaria ,o que o atrapalhou a concluir seus estudos e conseguir um emprego,mais tarde Levi fez parte da resistencia no Norte da Italia e por isso foi para o campo de concentração,ele foi libertado do campo de concentração/eliminação pelo exercito russo,tendo sobrevivido como ele mesmo descreve no seu livro Os afogados e os sobreviventes por uma conjuntura de fatores (todos os sobreviventes só o fizerem devido a uma conjunção diversa de fatores) como por exemplo seus conhecimentos de alemão e de química(pelos quais chegou a ser um dos privilegiados que descreve no mesmo livro que ele descreve,trabalhando para descobrir a borracha sintética nas fabricas que existiam dentro do próprio campo de concentração).
É importante descrever minimamente a biografia do autor, pois seus escritos são baseados nas suas experiências, o livro que pretendo resenhar foi um o mais importante e o ultimo livro escrito por Levi, que já estava aposentado e escrevia em tempo integral, mais focado no Holocausto e nos campos de concentração, o livro pretende responder a perguntas básicas como Por que vocês não fugiram? Além de tentar esclarecer aspectos do fenômeno dos campos de concentração (que serviram sucessivamente como centro de terror político, fabrica de morte, e reservatório de mão de obra escrava com a qual as indústrias obtinham extraordinários lucros) que ainda não foram esclarecidos, principalmente para as novas gerações mostrando para eles a veracidade do Holocausto, e a possibilidades que ele ocorra de novo focando nos aspectos que fizeram o sistema concentracionario nazista permanecer único em termos qualitativos e quantitivos em meio às guerras atuais (ou seja, os aspectos que permitiram que muitas vidas humanas fossem eliminadas num tempo curto, e com combinação de tecnologia, fanatismo e crueldade).
As primeiras notícias sobre os campos de extermínio se divulgaram mais amplamente no ano de 1942, mas a maioria das pessoas teve tendência de rejeitá-las em razão do seu absurdo, o que já tinha sido previsto pelos culpados e sentido pelos prisioneiros amedrontados. As provas matérias foram suprimidas durante a decadência do regime nazista, principalmente depois da batalha de Stalingrado, pois enquanto estavam vencendo os nazistas não se preocupavam, pois sabiam que os vencedores também detêm a verdade, mais depois das suas primeiras derrotas passaram a queimar arquivos dos campos de concentração e desviar os sobreviventes para longe do lugar de origem, além de fazer calar os seus próprios militantes e as testemunhas civis pelo medo, pela adesão voluntária.
A partir daí Levi faz um importante debate historiográfico, colocando que a história dos campos de concentração é constituída pelas memórias dos sobreviventes, que infelizmente devido às condições desumanas as quais estavam submetidos em sua maioria não conseguiam ver a totalidade do fenômeno que estavam presenciando, a melhor narração do que acontecia nos campos de concentração veio daqueles que eram neles prisioneiros políticos, e, portanto já tinham um conhecimento que permitia interpretar os fatos e não se submeterem, em sua grande maioria, a compromissos com os SS e tinham também condições de vida mais toleráveis que os judeus nos últimos anos do regime nazista.
Outra dificuldade levantada por Levi para a reconstituição histórica dos fenômenos dos campos de concentração é o desaparecimento de testemunhas, ou uma desmemoria por parte delas, verdadeira ou não essa desmemoria é ajudada pelo tempo, já que é sabido que com ele as recordações com o tempo se modificam, principalmente as recordações de pessoas submetidas a traumas; nesse caso especifico tanto opressores quanto oprimidos buscam refugio no tempo, por motivos diferentes.
Os opressores justificam suas ações, já que é difícil negá-las com maior base ao longo do tempo colocando a culpa na educação (que ensinavam obediência absoluta, hierarquia, nacionalismo, e que a justiça era só para os alemães, a verdade só estava nas palavras do chefe) na falta de autonomia que o regime instaurava, Levi argumenta que a pressão que um Estado totalitário moderno exerce sobre o individuo é tremenda, através da propaganda direta ou dissimulada pela educação, pela instrução, pela cultura popular, mas não é total e que a maioria dos SS foi educada antes que o Reich se tornasse totalitário, e sua adesão a ele tinha sido um resultado de uma escolha, ditada pelo oportunismo (e por executar suas tarefas foram promovidos) e entusiasmo. Já as vitimas tendem a culpabilizar o opressor, e se esquivam das recordações devido a dor.
Além disso, a história dos campos de concentração não pode ser vista como tende a historia popular, ensinada nas escolas a ver, ou seja, como um simples conflito, bipolar, entre nós e eles. Levi explica que nos campos de concentração o nós não existia, e o recém chegado era visto por todos como um inimigo, tanto pelos SS que o recebiam com violência quanto pelos os outros presos, que ao invés de lhe serem solidários, tinham em relação a ele além de atitudes violentas, grande desprezo e inveja, pois os recém chegados eram para os presos mais velhos como Levi explica, e pareciam trazer o cheiro da sua casa e um pouco de dignidade, e acabavam sendo um alvo para afogar a humilhação.
Então Levi explica como que alguns prisioneiros, entre eles ele mesmo, conseguiram sobreviver, obtendo privilégios como mais comida se submetendo as autoridades do campo, apesar de serem minorias nos campos de concentração é maioria entre os sobreviventes, e a principal reconstrução memorial do fenômeno se dá a partir deles, embora seus testemunhos não sejam completos por que eles não experimentaram a totalidade do fenômeno, e também porque eles procuram sempre se defender e justificar suas ações pelo condicionamento a qual seu comportamento era exposto, pelas tensões do campo de concentração que levavam as pessoas a terem atitudes contraditórias na busca pela sobrevivência, que reduzia suas escolhas,estava disposto a colaborar com os SS por vários motivos como, por exemplo: terror, engano ideológico, imitação do vencedor, ânsia de poder, covardia e tentativa de escapar.
Para Levi além dessas reduções morais, que levavam as pessoas a colaborar com os SS (cuja disciplina era cega) como modo de escapar à “Solução Final”, outro fator que dificultou a resistência foi à junção de pessoas de todas as idades, sexos, nacionalidades, condições sociais e ideologias por diferentes motivos nos campos de concentração.
Esses privilegiados surgiram por que a área de poder dos SS era estreita e necessitava de auxiliares externos, as quais eram relegadas tarefas marginais e criminosas (como cuidar dos fornos crematórios, o que aliava as consciências dos SS). Apesar disso os privilegiados lutavam para conservar seus privilégios, mas tinham no final o mesmo destino dos não privilegiados em geral eram rudes e insolentes, mas não violentos e nem percebidos como inimigos.
A exceção era os privilegiados que chegavam a galgar posições de comando das brigadas de trabalhos e das outras atividades, que com habilidade e/ou fortuna tinham acesso as informações secretas dos campos de concentração, tornando se mais tarde seus historiadores e ajudando seus companheiros, mas a maioria tinha atitudes violentas; primeiro por que eram corrompidos pela natureza excêntrica corrompia, e segundo por que eram punidos se não fossem duros com seus companheiros.
Inicialmente eram criminosos comuns, prisioneiros políticos já moralmente debilitados, sádicos, frustrados, infelizes dispostos a reverenciar a autoridade hierárquica, além daqueles entre os oprimidos que se identificavam com os opressores, que reproduzia nos campos de concentração a estrutura hierárquica do Estado totalitário, no qual o poder emana do alto e um controle de baixo para cima é quase impossível, no caso dos campos de concentração o poder de baixo era nulo e o poder dos privilegiados era absoluto, apesar de serem sempre eliminados para evitar as resistências, mais tarde entre os privilegiados se encontraram até judeus para demonstrar que eles se dobravam a qualquer humilhação, inclusive a destruição de si mesmos.

BIBLIOGRAFIA:

BERMAN, Marshall. Tudo o que é solido se desmancha no ar.
KRAUSE-VILMAR, Díetfrid. A negação dos assassinatos em massa do nacional-socialismo: desafios para a ciência e para a educação política.
CYTRYNOWICZ, Roney. As formas de lembrar e a historia do Holocausto.
SCHILLING, Voltaire. Os Assassinos da Memória. O Revisionismo na História.
KOUTZII, Flávio. Neonazismo e revisionismo: Um desafio político.

sábado, 7 de junho de 2008

Fichamento: VÍZENTINI, Paulo Fagundes.
O ressurgimento da extrema direita e do neonazismo: a dimensão histórica e internacional.

O autor começa argumentando que o surgimento da extrema direita nazista é um fenômeno, embora não associado aos movimentos políticos com eleitores, ele ressurge principalmente a partir da década de 80, principalmente devido a crise da década de 70 que causam revoluções ultranacionalistas ou socialistas, que atingem o Terceiro Mundo, da Nicarágua à Angola, do Ira ao Vietnã e o milagre asiático,ou seja o começo do bem sucedido capitalismo no Terceiro Mundo e o desgaste progressivo do capitalismo nos países europeus ,esses três fatores quebraram a simpatia européia com o Terceiro Mundo.
A reorganização da economia mundial e a regressão demográfica nos países do Norte alimentaram as emigrações em massa nessa mesma época de países do Terceiro Mundo para os do Primeiro, o que após a crise gerou xenofobia, uma idéia de que esses imigrantes degenariam a cultura européia, uma das bases de apoio dos neonazistas, outro fator é a influencia dos movimentos de contra –cultura que nasceram em protesto a idéia de a cidadania só é efetivada quando você consome,esses movimentos se apegaram a ideologias diversas desde os anos 60.
Historicamente esta é a mesma época em que os regimes de influencia fascistas como o de Portugal, O Grego e o da Espanha, além da retomada da Guerra Fria(e o conseqüente retorno do elogio a violência, o culto ao militarismo, à força,e principalmente o elogia estadunidense aqueles que combateram movimentos esquerdistas como os contra no Nicarágua e os radicais Islâmicos no Oriente Médio) e do liberalismo a nível internacional e portanto uma sensação de insegurança foi recorrente na Europa durante essa época,principalmente devido a mudança no sistema de produção,ou seja,passou de fordismo com emprego garantido para o taylorismo sem emprego garantido e com todos os direitos flexibilizados,a partir daí os estrangeiros começam a simbolizar alem da ameaça cultural uma ameaça econômica também.
Essa época também retornou com o irracionalismo como paradigma científico e base de sustentação para movimentos como os neonazistas, ou seja, a idéia de que o real não existe e não é possível compreende-lo por isso o neonazismo se baseará num misticismo muito mais forte do que o misticismo do nazismo histórico.




BILIOGRAFIA:

PAXTON, Robert. A Anatomia do Fascismo.Capitulo 7.
HOBSBAWM, Eric. A era dos Extremos.
São Paulo, Companhia das Letras, 1995. Capítulo 1.


O autor descreve como a guerra era vista e sentida como o fim do mundo e da raça humana, essencial para compreender o século vinte as duas Guerras que abalaram a civilização ocidental e deram origem à crise econômica e à solução para esta (como o planejamento econômico,a ajuda aos trabalhadores da década de ouro )
A mudança foi tão grande que as pessoas separavam o passado como uma era de paz e depois de 1914 a era da guerra, isso por que não havia Guerras Mundiais envolvendo os principais países do mundo incluindo suas colônias ultramarinas embora estas não tivessem escolha quanto à participação na Guerra, e a principal guerra da era anterior, o século XIX foi a Guerra Civil Norte Americana.
Travadas em torno de objetivos ilimitados, resultados da fusão entre política e economia buscando atender aos objetivos das grandes corporações essas guerras buscaram adquirir territórios para recrutar matérias primas e mão de obra baratas e obter apoio político nos seus países ,principalmente das classes altas e médias,inundados por uma onda de nacionalismos que se reforçavam na dominação de outros países.
Além disso, o autor mostra como a Primeira Guerra Mundial acabou com o status quo principalmente na Alemanha após o Tratado de Versalhes que lhe impôs a perca de território, dinheiro e dignidade e deu espaço para que se travasse a Segunda Guerra Mundial, e como essas duas guerras além de muitos mortos produziram um ampla armamento bélico e uma industria especifica para esses armamentos ,industrias essas que passam a ser muitos lucrativas já que repõem rapidamente sua maquinaria e gera cada vez mais produz aperfeiçoados,além de aperfeiçoar as técnicas de administração que unidas causaram a impessoalidade da guerra,ou seja,a capacidade de matar sem ver as vitimas,como a bomba de hidrogênio,os mísseis de longa distancia e etc.Permitindo que as pessoas se concentrassem,se burocratizassem,nas suas tarefas e em cumpri-las da melhor maneira possível sem analisar as conseqüências dos seus atos.







BLIBLIOGRAFIA:

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade e Holocausto. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor. Capítulo 4: a singularidade e normalidade do Holocausto
HOBSBAWM, Eric. A era dos Impérios. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1988. Capítulos 4,5 e 6.
PAXTON, Robert. A Anatomia do Fascismo. Capítulo 7.
HOBSBAWM, Eric. A era dos extremos. São Paulo, Companhia das Letras, 1995. Capitulo 5.
BRAZ, Marcelo e NETO, José Paulo. Economia Política uma introdução crítica.

Fichamento: HOBSBAWM, Eric. A era dos Impérios.
Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1988. Capítulos 4,5 e 6.

Primeiramente o autor vai buscar caracterizar o processo de democratização da sociedade burguesa que ocorrei no final do século XIX, que começa a ameaçar a ordem social e gerar medo das elites à revolução social como a que ocorreu em 1871, na Comuna de Paris, mas essa democratização após 1870 tornou se inevitável devido inclusive as agitações socialistas de 1890 e a Primeira Revolução Russa, embora os governantes tentassem controlar por não saber suas conseqüências.
Como não podiam mais monopolizar a democracia, as classes dominantes procuram manipulá-la inclusive limitando o papel político das assembléias eleitas pelo sufrágio universal, ou o voto nominal em que senhores poderosos ou patrões pressionam os eleitores, mesmo apesar dessas limitações, o eleitorado estava mesmo ampliando – se, começando a desenvolver uma política de massa com partidos e propaganda de massa geralmente aliados à ideologia. Enquanto os políticos se baseavam cada vez mais na retórica as discussões políticas sérias restringiam se aos intelectuais.
Entre essas massas estavam proletários, pequenos burgueses de caráter conservador, nacionalista e anti-semita, e também pelo campesinato, além de cidadãos unidos por lealdades setoriais embora tivessem um alto potencial político a propria Igreja Católica resistia à formação de partidos políticos. Já os partidos protestantes, que eram mais raros, apoiavam as bandeiras do nacionalismo e do liberalismo.
O autor descreve também o processo pelo qual a identificação emocional com das pessoas com as nações se tornou uma ideologia encapada pela direita política, e depois foi apropriado por povos que não possuíam Estado independentes com os finlandeses, para o campesinato esse nacionalismo foi pouco interessante mais para as classes medias baixas que viam na língua uma forma de ascender socialmente entrando na burocracia do Estado. Os nacionalismo também fizeram com que os soldados fossem para a 1ª Guerra Mundial ,que foi causada por esse mesmo nacionalismo extremado,como cidadãos e civis voluntários a serviço da nação.
Esse nacionalismo deu origem também a xenofobia, ou seja, a era em que os estrangeiros começaram, a ser vistos como ameaças a os costumes tradicionais de uma determinada região.Nessa xenofobia,e na idéia de raça /povo escolhido nasceu a vinculação do nacionalismo com a direita política,e também pelo fato da esquerda pregar o internacionalismo.
Essa era também teve agitações das massas, onde os operários apesar de poucos eram unidos coletivamente, e os partidos socialistas se beneficiavam da oposição clara dos trabalhadores aos ricos, e apesar da idéia de colapso da sociedade capitalista nos anos 1890 parecer impossível o movimento crescia apoiado em sindicatos e em dois outros setores cruciais:o de transportes e o do funcionalismo público.
Assim concluímos que a era de 1875-194 foi a era em que a democracia foi alargada permitindo o fortalecimento de movimentos sociais à esquerda e a direita,este utimo principalmente concatenado ao nacionalismo vingente.
:
SILVA, Francisco C. T. da, ”Os Fascismos” In ___ FILHO, Daniel Aarão Reis (org.)
Século XX Volume II: O Tempo das Crises.

O autor caracteriza o fascismo como um conjunto de movimentos nacionalistas de extrema direita de estrutura hierárquica e autoritária e de ideologia antiliberal, antidemocrática e antisocialista (antiuniversalista e anti - iluminista, antiogmatico, antidemagrafico, inovador.) cuja primeira realização cronológica foi na Itália.
Manifesta a opinião de que não devemos tratar o fascismo como um simples objeto de história, ou fato preso ao passado sem inserção na política contemporânea, pois ele ressurge a partir da década de 80, como movimento de reação das massas apoiado ou não pela direita parlamentar, ligado a publicação de documentos sobre os fascismos anteriores devido à reunificação alemã (e a onda de nacionalismo xenófobo daí advinda), e ao fim da Guerra Fria, isso ocorreu em países como França, Alemanha, Itália e etc.
Uma das causas que o autor cita para este tratamento do fascismo como acidente, foi à ação dos EUA no contexto de Guerra Fria, que para evitar que as elites políticas já fragilizadas pela guerra tivessem seu poder mais abalado pela culpabilização o que possibilitaria a influência soviética. Na Alemanha, por exemplo, em 1946 os Estados Unidos atenuavam a legislação sobre a desnazificação, o que a deixou incompleta (é possível fazer uma ponte entre o fascismo e o neofascismo através dessa desnazificação incompleta.
Também da sua coerência interna dada pala fala e ação voltada para exaltação de características próprias (originais, autônomas), nacionais e históricas de cada movimento, para justificar suas idéias; o que não destrói a universalidade do fenômeno, pois tem características comuns. E externa é dada pela identidade e colaborações praticadas entre o regime, essas coerências são tão fortes que propiciam uma ligação intensa entre a linguagem e a ação,as oscilações do fascismo são produtos portanto de uma procura pela aceitabilidade perante as massas.
Suas soluções anti- modernas eram extremamente atrativa, pois a modernidade é contraditória e sua contradição permeava as pessoas, estas entravam em conflitos, pois tinham suas tradições despedaçadas, mas ao mesmo tempo surgiam muitas possibilidades de experiências. Então o fascismo se propunha o culto à tecnologia criada pela modernidade, mas também aos valores moralistas tradicionais, pela preservação desses na comunidade popular é necessário acabar com aqueles que não se encaixam nesses valores homegeineizantes (os estrangeiros, ou seja, aquilo que não se encaixa no nacional é antinacional), diante dos quais as diferenças têm que desaparecer.
As minorias que impediram a coesão nacional, enfraquecendo o Estado, não há, portanto espaço para esse outro e a violência é a reposta fascista. É importante ressaltar que antes do fascismo, havia sentimento de negação do outro, mas o fascismo exarcebou este.
Assim canaliza-se o ódio em direção a outro que é diferente (esta concepção de mundo é que permite o Holocausto), que não tem cultivam os valores da exaltação da dor, do autoritarismo, do sadomasoquismo, da virilidade, do companheirismo, da beleza masculina se erotismo e da vida comum distante das mulheres (aqueles que não estão no seu circulo de “arianos”, os grupos minoritários) como fazem os fascistas, através de rituais cívicos os fascistas constroem sua identidade (perdida em meio às contradições da modernidade, por meio do restabelecimento de corpos sociais pela corporação fascista). Logo o fascismo uniu a estranheza psicológica em relação ao outro e as condições sociais de insatisfação de sua época (o que acontece novamente hoje em dia) oferecendo conforto e segurança ante as contradições modernas.
O fascismo sofreu influencia da experiência das trincheiras, causada pela 1ª Guerra, que gerou o sentimento de pertencer ao corpo com fins maiores, daí surgem além das personalidades autoritárias, idéias positivas de força, lealdade, honra, temperança, autocontrole e desprendimento da vida, hierarquia (que garantiria a unidade entre Estado e povo), estas permitem “absorção” (como valor a ser alcançado) do individuo pela coletividade.
É atraente também pela sua visão de mundo coerente, onde o líder propunha se a interpretar os anseios das massas, darem sentido e unidade a federação frouxa que era o Estado fascista (este líder ao carregar toda estas responsabilidades se via fraco perante pressões de diversos grupos e ofuscado pelo seu pessoal político que tinha poder pelo fato das diretrizes serem dadas sempre oralmente, recomendação do próprio líder), este era visto como imune as contradições o que garantia segurança das pessoas e a coesão nacional, por isso as pessoas transferiam sua identidade e liberdade pessoal para o coletivo ou para o líder.
Esta transferência era favorecida pela proposta de Estado corporativista, resgatando a descrição de corporação dos autores românticos do século XIX, cuja participação era restrita aos arianos, e aonde reinava a harmonia. Na corporação reuniam-se os dois pólos da produção, mas ao contrario do que pregava não punha em relação direta o trabalhador e o patrão, mas sim patrão e partido, pois controlava os salários e as condições de trabalho.
Esta proposta de estado corporativista tomou formas diferentes no diversos regimes fascistas na Noruega, por exemplo, a hegemonia da burguesia sobre a corporação é clara, mas no caso alemão e italiano há uma tentativa de se apoderar um pouco da tradição marxista, na propaganda, na retórica e na criação de formas alternativas de organizações moralizadoras dos operários, isto para conter a ação dos partidos de esquerda.
A corporação havia sido destruída pelo liberalismo, um sistema falido, desagregador (das tradições, por tanto a esperança era acabar com o liberalismo) e com o conteúdo ideológico esvaziado segundo eles, por isso o fascismo é uma resposta também a crise liberal, o que o marxismo também era, mas só que este era criticado pelos fascistas pelo seu caráter antinacional. Além disso, os fascistas negam a herança da Revolução Francesa, porque esta r transforma judeus em cidadãos, e põem em pratica o principio da representação e o partidarismo que dividia o povo em defesa de interesses individuais (por isso pregavam o partido único e a unidade entre partido e Estado).
Criticam também a limitação do poder pelo liberalismo, por isso absorvem o judiciário pelo complexo movimento/partido, maximizaram o executivo na figura do líder, que serviria aos interesses da comunidade, esta parte da doutrina fascista era um grande passo para a construção da comunidade popular.
O Estado fascista concede certa autonomia a sua burocracia, o que gera a junção de objetivos dispares em torno da mesma doutrina e do mesmo líder. Além disso, o estado fascista desconhece limitações na busca incessante da sua superação como potencia, para garantir a existência da comunidade, portanto não distingue o público do privado, nem se retém em administrar a economia que se juntando ao fordismo garantiria o abastecimento do mercado interno e serviria ao povo. Os próprios fascistas a partir daí se caracterizavam como regimes de produtores. O homem fascista, representante da raça, seria o vinculo dessa potencia.
Enfim o fascismo ao incorporar o homem ao Estado corporativo resolve o problema da estranheza e distancia entre os dois, que gerava sentimentos de revolta, inutilidade etc. Ao pregar um novo tipo de sociedade, atraía os decepcionados com o liberalismo (que sofria desgaste político e econômico), ao buscar na raça a cola para unir a comunidade popular, exarcebou a identificação dos arianos em oposição ao outro minoritário.
Bibliografia:
BERMAN, Marshall “Tudo que é sólido se desmancha no ar: a aventura da modernidade”.(páginas: 24 a 49)

segunda-feira, 2 de junho de 2008

http://www.powerscrap.com/nav/powerkut/ClickTracker.aspx?sei=CAMQARoKbmVvbmF6aXN0YSACKPrj
Links bacanas:
http://tomcsp.blogspot.com/2006/04/grupo-skinhead-neonazista-apavora.html
http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,2177637,00.html
http://blog.controversia.com.br/2006/10/25/crise-acelera-avanco-neonazista/
http://www.mexidinho.com/2007/11/pesquisa-mapeia-discurso-neonazista-na.html
http://blogblogs.com.br/tag/neonazista
http://www.minadeletras.us/2003/06/bb_a_neonazista.html
http://www.denunciar.org.br/twiki/bin/view/SaferNet/Noticia20061025034124
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/09/070909_israelnazistas_mp.shtml
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/09/070909_israelnazistas_mp.shtml
Resenha do Filme Triunfo da Vontade.
O filme foi feito por Leni Riefenstahl,que era na epoca do regime nazista ;cineasta oficial desse mesmo regime no qual gasta amplos recursos para fazer os efeitos especiais(respondendo ao principio da estética nazi, Alfred Rosenberg ("O Mito do Século) "a arte germânica é ação)para a propaganda politica do regime nazista e do registrar o Congresso do Partido Nazista de 4 a 10 de Setembro de 1934 em Nuremberg(cujos preparativos foram feitos junto com os preparativos do filme, organizado como reunião popular, mas como uma propaganda e segundo a autora do filme tudo foi organizado nesse evento de acordo com a camera),quando Hitler estava no auge de sua ascensão.
O filme amostra membros reais do Partido Nazista, e os soldados fazendo atividades que não são de guerra;tentando indicar a lealdade alemã à Hitler,o idolo retratado no filme no qual atriuem-se a sua figura,um grande homem,o messias.Principalmente numa das cenas iniciais onde Hitler desce de um bimotor e é aclamado pela multidão,e nas cenas seguintes que mostram grandes desfiles,monumentos e discursos,onde se mostra a pompa do regime nazista e a relação dessa pompa com o seu comandante principal.
A propaganda nazista mostra como a frase de um dos seus principais ideologos , Goebbels : "Uma mentira muitas vezes repetida, torna-se verdade" realmente se realizou na Alemanha,onde através da propaganda o regime nazista consegui ter apoio,consentimento e colaboração de sua população,onde a figura de Hitler se concatenava a multidão e a seu país.
Além disso, o filme procura mostrar uma falsa unidade do Partido Nazista depois da noite das longas facas, a eliminação da SA como tentando demonstrar que o regime não era tão extremo como SA mostrava,e a unidade do Exercito e da SS,assim como da juventude e dos alemães em geral,reforçando o argumento de que a imagem de Hitler era a de um autêntica representante das massas alemães,do seu país e da raça ariana.


BIBLIOGRAFIA:
SILVA, Francisco C. T. da, ”Os Fascismos” In ___ FILHO, Daniel Aarão Reis (org.).
BERMAN, Marshall “Tudo que é sólido se desmancha no ar: a aventura da modernidade”. (páginas: 24 a 49).
“The Nazis” O filme.





Resenha do Filme Feliz Natal

O filme de Christian Carion,com Diane Kruger, Benno Fürmann, Guillaume Canet, Gary Lewis, Lucas Belvaux , Dany Boon,Daniel Brühl, Alex Ferns, Steven Robertson, Frank Witter, Bernard Le Coq, Ian Richardson, Christopher Fulford, Robin Laing, Daniel Brühl ,Joachim Bissmeier, Thomas Schmauser, Marc Robert como atores principais é inspirada numa história verídica, tendo como cenário uma parte da França,onde está ocorrendo a 1ª Guerra Mundial portanto os exércitos alemão,escocês e francês (aliados contra o primeiro,o alemão)estão lutando nas trincheiras.
O filme se passa durante a noite da véspera de Natal, durante a qual os exércitos começam a tocar e cantar musica, e o comandante de cada um dos exércitos é autorizado a estabelecer uma trégua durante a qual os combatentes celebram o Natal juntos e percebem como suas realidades são parecidas e como a guerra era um interesse apenas dos seus Estados, mas não deles como indivíduos. Essa confraternização muda a vida dos quatro personagens que se encontram em meio a ela, um padre escocês, um tenente francês, um tenor alemão e uma soprano dinamarquesa.
Ao contrario do que Hobsbawm coloca no seu livro a Era dos impérios, onde salienta os movimentos nacionalistas e imperialistas que deram origem a 1ª Guerra Mundial como movimentos apoiados pela maioria das populações dos seus países,principalmente nas classes dominantes e médias.
Outro ponto interessante é que os alemães são apresentados pelo filme como seres simpáticos, cujo capitão do exercito era judeu, contrastando com as idéias populares de que os alemães são seres antipáticos e anti-semitas por natureza.Ao contrario do que a maioria dos estudiosos da área,restringe o anti-semitismo aos movimentos que sugiram depois da 1ª Guerra,principalmente na Alemanha,o que não é verdade pois existem provas (documentos e etc) que comprovam a existência do anti-semitismo desde o fina l do século XIX.

BIBLIOGRAFIA:
HOBSBAWM, Eric. A era dos Impérios. Capitulo 4,5,6.
GASSET, José Ortega y. História como Sistema.
GASSET, José Ortega y.A rebelião das Massas.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Resenha do Filme Arquitetura da Destruição.
Esse filme procura mostrar como a ideologia nazista tinha objetivos estéticos, de embelezamento do mundo (a beleza traria progresso, libertaria a sociedade da luta de classes) e criação de um novo homem e uma nova cultura superior, para realizar esses objetivos estéticos eles puseram sua ideologia em ação e usaram da política enquanto estavam no poder.
Esse novo mundo seria puro e harmonioso, e nele Hitler seria o responsável pelas novas artes, que assim como o povo necessitavam de uma purificação, assim s nazistas negaram as artes modernas que para lês elogiam a loucura, a depravação e mostravam a degeneração (que os nazistas chamavam de bolchevismo cultural). Hitler desejava uma arte pura, que representasse o novo homem e a nova cultura que ele queria para o povo alemão, para isso ele se inspira em Reinzi, personagem da ópera de Wagner que assim como ele fazia planos para o seu povo, e no próprio Wagner que exaltava assim como ele a cultura nórdica e o anti - semitismo.
Esse novo mundo também seria limpo, misturavam o monumental ao burguês nas construções,
Essas idéias de mundo novo levaram a matança daqueles que não eram considerados “racialmente aptos”, inicialmente com médicos (os ideologicamente correto subiriam de carreira) como lideres, que ao mesmo tempo matavam os “racialmente inaptos” e curava os arianos, o que gerou desconfiança por parte da população, e assim foi lançada uma forte propaganda apresentando primeiramente os doentes mentais e depois os judeus como degenerados que se multiplicavam e impedia a saúde e a beleza alemã, como a medida higiênica. Outra medida foi o conjunto de leis de Nuremberg, que impedia casamentos inter-raciais.
A eutanásia perto das cidades gerou resistência do clero católico e da população, por isso a política de extermínio foi passada ao encargo da SS, que tinha a missão de cumpri-la também de maneira sigilosa e de cuidar da saúde dos arianos, assim o primeiro campo de extermínio criado foi o da Polônia.
Com a resistência russa inesperada, o inverno russo que derrotou as tropas alemãs e a entrada dos EUA na guerra, e a iminente derrota alemã, e a derrota do sonho de um império (e a inutilidade da guerra) um segundo objetivo; a exterminação dos judeus ganhou força principalmente com base no mito da conspiração judaica e das calamidades e ameaças que esses geravam aos alemães (principalmente porque os judeus mantinham a pureza racial e ameaçavam a construção de império com base na pureza racial alemã), pois para Hitler a derrota poderia inspirar as gerações futuras.
O filme também mostra como o projeto cultural de Hitler baseado na arquitetura antiga foi ampliado pela capturação de obras de artes de outros países da Europa, assim como a nova sociedade baseada nos valores antigos e progresso,e a guerra que usava técnicas modernas com objetivos antigos, de aniquilar ou escravizar o inimigo como meio de obter o poder.
BIBLIOGRAFIA:
PAXTON, Robert; Introdução e Capítulo 8 In___ Idem “A anatomia do Fascismo”.
SILVA, Francisco C. T. da, ”Os Fascismos” In ___ FILHO, Daniel Aarão Reis (org.).
BERMAN, Marshall “Tudo que é sólido se desmancha no ar: a aventura da modernidade”. (páginas: 24 a 49).
Resenha do Filme 1900 HOMO SAPIENS.
O filme é basicamente sobre a idéia de eugenia, e como essa idéia (junto à idéia de hereditariedade, evolução e outras idéias biológicas que começavam a serem descobertas) influenciou a política em vários países do mundo, principalmente os europeus durante todo o século XX, esta idéia já existia desde século XIX, mas durante os anos de 1900 até 1945 ela ganha conteúdo pratico principalmente na União Soviética, Alemanha, Estados Unidos e Suécia.
O autor do filme procura mostrar como essa idéia de eugenia estava vinculado à contradição da modernidade, que segundo Berman, expande as possibilidades de experiência, mas corrompe valores tradicionais fazendo surgir pensamentos nostálgicos em relação ao mundo pré- moderno. Assim surge ao mesmo tempo um desejo de progresso e uma saudade do passado idealizado, um sentimento de oposição entre a condição biológica e natural do homem e a sociedade oposição esta que leva a degeneração e destruição racial e cultural.
Nessa época a biologia, e suas descobertas surgem como redenção da humanidade através da eugenia, que pode ser positiva a partir da reprodução somente dos mais aptos (implica em submeter à sexualidade as qualidades genéticas gerando conflito) ou negativos pela esterilização, morte e redução da condição social dos defeituosos, as duas tem em comum a pregação do bem estar da coletividade acima dos direitos do individuo, e de um paraíso terrestre composto somente por pessoas de “sangue” ou “raça” pura.
Cabe agora salientar alguns movimentos eugênicos importantes amostrados no filme: Na Alemanha, a idéia de eugenia se tornou rapidamente popular, os estudos biológicos e antropológicos ficavam a cargo do Instituto de Biologia; responsável por encontrar a conexão entre a hereditariedade, meio ambiente e cruzamento; e a estabelecer medidas sociais para os racialmente saudáveis. Focado no corpo e na estética, o movimento eugenistas alemão chamava atenção para a degeneração e a feiúra do corpo imperfeito causada pela miscigenação e para o padrão de beleza clássica a ser alcançado.
O partido Nacional Socialista Alemão foi o primeiro a usar a eugenia, e a higiene racial como bandeiras, e Hitler foi o primeiro político influente que percebeu a importância dessas bandeiras e lutou por elas, chegando ao extremo do extermínio em massa, com sua ascensão ao poder o Instituo de Biologia de Berlim vira um lugar de propagação de política racial e de idéias,
Nos Estados Unidos a eugenia teve inicialmente sucesso imediato, o que gerou a implantação das políticas de esterilização dos racialmente desprezíveis e as competições eugênicas, onde varias famílias eram avaliadas segundo as medidas físicas e de inteligência. Durante essa época, por volta de 1910 até 1940, a pesquisa genética estadunidense guiou o mundo.
Entretanto durante a década de 40, o movimento eugenistas nos EUA se retrai, principalmente por causa da guerra contra a Alemanha (que era vista como expoente da eugenia, porem na verdade os primeiros países a adotar a eugenia prática foram a Suécia e os EUA), e da “descoberta” (quando a população fica sabendo, pois as autoridades já sabiam há muito tempo) das atrocidades alemães, a partir de então a eugenia é vista pelos estadunidenses como não cientifica.
Atualmente a idéia de montar uma sociedade baseada numa raça superior continua sendo um sonho, revitalizado depois da queda das utopias (“fim do socialismo” com a queda da URSS, e fim do “bom” capitalismo com a crise dos anos 70 e a readaptação do liberalismo).
BIBLIOGRAFIA:
SILVA, Francisco C. T. da, ”Os Fascismos” In ___ FILHO, Daniel Aarão Reis (org.).
BERMAN, Marshall “Tudo que é sólido se desmancha no ar: a aventura da modernidade”. (páginas: 24 a 49).
Fichamento número 8: GOODRICK-CLARKE, Nicholas. Sol Negro: cultos arianos, nazismo esotérico
E políticas de identidade. São Paulo: Madras, 2004. Conclusão.

Nesse texto o autor argumenta que a extrema direita renasceu de uma forma racista, devido a diversos fatores para “reintroduzir a raça como uma categoria legitima de identificação grupal” (GOODRICK-CLARKE, Nicholas, pagina 397), por exemplo, nos EUA os benéficos direcionados somente aos negros e fato da mídia salientar somente os ataques raciais por parte dos brancos, além do pessimismo cultural (a crença de que nossa época é dominada por inferiores raciais e sociais).
Esses movimentos de extrema direita racista acreditam num futuro de dominação dos brancos, e compõem se de um nacionalismo reagente a globalização e a imigração que podem ameaçar a cultura, além de reduzirem os salários e trazerem conseqüências demográficas. E durante a década de 1980, após a morte ou envelhecimento da geração dos nazistas históricos, com um conteúdo esotérico exacerbado, e podendo a vir a ser no futuro um fator desestabilizador da democracia ocidental. Nessa época iniciou se também o revisionismo histórico (corrente historiográfica que pretende negar o Holocausto e as barbaridades do fascismo), devido à falta de testemunhas.
Segundo outro autor, Robert Paxton esse movimento assustou mais que conquistou aliados na maioria dos casos, embora a crise da década de 70 e do aumento das imigrações de países subdesenvolvidos para países desenvolvidos fez com que esses movimentos conquistassem parte do poder embora para isso tivessem que se distanciar da linguagem e da imagem fascistas, criando uma base moderada baseada na retórica da ameaça a identidade nacional representada pelos estrangeiros, usada também pelo fascismo clássico, conquistou grande parte dos seus eleitores, por outro lado ao contrario do fascismo clássico, esses novos movimentos são a favor do liberalismo, das constituições democráticas e do estado de direito, principalmente por causa da crise da década de 70-80.
BLIBLIOGRAFIA:
DIAS, Adriana . Links de Ódio – o racismo, o revisionismo e o neonazismo na internet.
KOUTZII, Flávio. Neonazismo e revisionismo: Um desafio político.
VÍZENTINI, Paulo Fagundes. O ressurgimento da extrema direita e do neonazismo: a dimensão histórica e internacional.
TRINDADE, Hélgio. Fascismo e Neofascismo na América Latina .
PAXTON, Robert. A Anatomia do Fascismo. Capítulo 7.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Fichamento número 7: POLANYI, Karl. A grande transformação. Editora Campus LTDA. Rio de Janeiro.1980.Capítulo 12.
O autor discute a formação do credo no livre mercado, ou seja, do liberalismo com três pilares: o padrão ouro, o livre comércio e um mercado livre de trabalho que formava um todo. Apesar disso, por volta de 1880 esse liberalismo só existia na produção, em relação ao comercio ainda era visto como um risco por parte dos industriais. Essa crença no liberalismo econômico se solidificou depois da crise de 1825.
Esse livre comércio teve base num protecionismo industrial e comercial, portanto imposto pelo Estado, criando legislação contra restrições, aumentando suas funções administrativas e formando uma burocracia central capaz de executar tarefas que o liberalismo precisa. Ou seja, o caminho para o livre comércio foi percorrido com intervencionismo do Estado.
Esse movimento de intervenção protecionista do Estado por volta de 1870 foi vista pelos liberais como parte de uma conspiração antiliberal, tese que os estudos históricos não comprovam já que essa legislação foi feita pragmaticamente e sem mudar o pensamento liberal daqueles que detinham o poder, pois estes apenas perceberam os perigos de um mercado auto regulável.
Por exemplo, essas legislações se referiam a assuntos diversos, cujo desenvolvimento teve uma influencia política e ideológica diferente em cada país, portanto não poderia ser fruto de uma ação combinada, apenas observaram a evolução das condições sob as quais o problema surgiu r para o qual buscou solução.
Outro exemplo é que os próprios liberais defendiam essas legislações, principalmente as leis contra sindicatos e monopólios que apesar de atacar a liberdade de associação era necessária para não prejudicar o comércio, pelo aumento de salários ou de preços.
Finalmente o autor diferencia o laissez-faire, oposto do intervencionismo que entrou em contradição com o avanço industrial e o liberalismo econômico que organiza a sociedade com base na idéia que o mercado se auto regula,embora esses liberais apelem sempre para o Estado no sentido de criar ou manter esse mercado.
BLIBLIOGRAFIA:
MARX, Karl. O manifesto do Partido Comunista.
MARX, Karl. O Capital.
Fichamento número 7: PAXTON, Robert. A Anatomia do Fascismo.
Capítulo 7.
Esse texto visa discutir as possibilidades de ressurgimento do nazismo, debate que gira em torno das concepções de nazismo e das manifestações recentes do mesmo (principalmente na década de 80 e 90 como movimentos de extrema-direita). A maioria dos autores envolvidos nesse debate ressalta que as condições européias daquela época não podem se repetir, os que afirmam que o fascismo é possível mostram ele como um racismo e nacionalismo violentos.
E importante ressaltar que a volta ao fascismo é facilitada principalmente devido à morte da geração da época do fascismo clássico (anos 40), sem estas testemunhas deu se inicio ao revisionismo histórico (corrente historiográfica que pretende negar o Holocausto e as barbaridades do fascismo), e reacendeu se a chama da possibilidade de um novo fascismo com outras características.
Embora o ressurgimento seja em grande parte como movimento de extrema direita, e assuste mais do que conquiste aliados na maioria dos casos, é importante ressaltar que em grande parte fruto da crise da década de 70 e do aumento das imigrações de países subdesenvolvidos para países desenvolvidos em alguns países como na França e Inglaterra esses movimentos chegaram a ter fatias de representação no Parlamento, nas votações locais; ou seja, começaram a ter algum poder, entretanto distanciados da linguagem e da imagem fascistas, incluindo entre seus partidários veteranos fascistas, conservadores moderados e socialistas desiludidos após a queda da URSS.
Essa base moderada era extremamente necessária para cegara ter algum poder, devido à recente lembrança da situação pós 2ª Guerra. Baseados na retórica da ameaça a identidade nacional representada pelos estrangeiros, usada também pelo fascismo clássico, conquistou grande parte dos seus eleitores, por outro lado ao contrario do fascismo clássico, esses novos movimentos são a favor do liberalismo, das constituições democráticas e do estado de direito, principalmente por causa da crise da década de 70-80.
Finalmente, o autor discute a possibilidade do fascismo ocorre fora das condições matérias européias, analisando ditaduras da década de 30-40 no mundo subdesenvolvido, discutindo principalmente as ditaduras de Perón e Vargas, que tinham semelhanças com o fascismo na área da propaganda, mas havia grandes diferenças. Já a variante japonesa, imposta pelos governantes, embora tivesse semelhanças como o medo dos russos, era mais um império expansionista com políticas de massas segundo Paxton. Também discute a possibilidade de um fascismo religioso, que substituiria a idéia de nação por religião como aglutinadora da identidade nacional.
BLIBLIOGRAFIA:
DIAS, Adriana . Links de Ódio – o racismo, o revisionismo e o neonazismo na internet.
KOUTZII, Flávio. Neonazismo e revisionismo: Um desafio político.
VÍZENTINI, Paulo Fagundes. O ressurgimento da extrema direita e do neonazismo: a dimensão histórica e internacional.
TRINDADE, Hélgio. Fascismo e Neofascismo na América Latina .

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Este texto descreve uma época em que a industrialização estava chegando a varias regiões do mundo, e as condições de vida e trabalho estavam melhoras que nunca, e os países europeus estavam ampliando seus domínios, por necessidade de mercados e de matérias - primas, ou seja, entre 1876 e 1914.
Essa expansão territorial se dirigiu basicamente para a África, Oceano Pacífico e Ásia, e foi produto da necessidade interna do modo capitalista de produção, que não encontra mais espaço para se reproduzir nos limites do Estado- Nação, e criou embate com os limites jurídicos cuja aplicação só pode ser feita em um território limitado, nas colônias os indivíduos que possuíam o capital ou que eram administradores colônias decidiam, com ajuda do aparato militar. Então o autor argumenta que justamente por isso que o termo imperialismo, cunhado para explicar essa era, não é correta; pois se correlaciona com a idéia de império, que estenderia suas leis para os seus domínios, processo que não ocorreu nessa época de dominação.
Essa nova colonização também ocorreu por meios de investimentos de capital em países independentes politicamente, mas não financeira, como o Brasil.
Nessa era também houve alterações nos comportamento do homem médio europeu; como o aumento da população pelo desenvolvimento da ciência e de medicina, aumento do tempo de lazer, o surgimento das vitrines de lojas e exposições de tecnologia, com as quais as pessoas se deslumbravam; e o nascimento do turismo. Justamente criou se a crença de que a ciência e a técnica são infalíveis.
Apesar de todo o progresso, e euforia com as transformações e as melhores condições de vida, houve também uma crise de identidade, por causa da “expansão e de superação de uma vida levada na mais pacata ordem, rotina e disciplina” (pagina 164). Ou seja, as certezas do pensamento europeu iluminista estavam desaparecendo, os antigos valores entrava em contradição com a realidade, o que levou a uma busca pelo ocultismo principalmente pelo pensamento conservador de direita.Uma das principais transformações foi o inicio da participação da mulher na vida pública como trabalhadora,mas também como eleitora.
Os romances de aventura dessa época expressam bem essa crise identitária (a produção literária nessa era foi grande). Por exemplo, para o autor o romance de Rudyard Kipling, que conta a estória de Mowgli é uma tradução da obediência que o cidadão devia ao Estado. E o de Joseph Conrad, mostra como onde está sem convenções, o homem expande seu poder e leva tudo a destruição, portanto esses dos autores descrevem os aspectos contraditórios do homem moderno e expandem os horizontes humanos na medida em que quem não tinha dinheiro para viajar, lia um romance e se defontrava com um novo mundo. Junto ao romance, e aos relatos de viajantes surgiu a antropologia, os três buscavam de maneira diferentes responder as curiosidades acerca das sociedades coloniais.
O imperialismo teve que lutar também contra uma força política de contestação, o socialismo, que ele ajudou a propagar nessa era.
Este texto descreve uma época em que a industrialização estava chegando a varias regiões do mundo, e as condições de vida e trabalho estavam melhoras que nunca, e os países europeus estavam ampliando seus domínios, por necessidade de mercados e de matérias - primas, ou seja, entre 1876 e 1914.
Essa expansão territorial se dirigiu basicamente para a África, Oceano Pacífico e Ásia, e foi produto da necessidade interna do modo capitalista de produção, que não encontra mais espaço para se reproduzir nos limites do Estado- Nação, e criou embate com os limites jurídicos cuja aplicação só pode ser feita em um território limitado, nas colônias os indivíduos que possuíam o capital ou que eram administradores colônias decidiam, com ajuda do aparato militar. Então o autor argumenta que justamente por isso que o termo imperialismo, cunhado para explicar essa era, não é correta; pois se correlaciona com a idéia de império, que estenderia suas leis para os seus domínios, processo que não ocorreu nessa época de dominação.
Essa nova colonização também ocorreu por meios de investimentos de capital em países independentes politicamente, mas não financeira, como o Brasil.
Nessa era também houve alterações nos comportamento do homem médio europeu; como o aumento da população pelo desenvolvimento da ciência e de medicina, aumento do tempo de lazer, o surgimento das vitrines de lojas e exposições de tecnologia, com as quais as pessoas se deslumbravam; e o nascimento do turismo. Justamente criou se a crença de que a ciência e a técnica são infalíveis.
Apesar de todo o progresso, e euforia com as transformações e as melhores condições de vida, houve também uma crise de identidade, por causa da “expansão e de superação de uma vida levada na mais pacata ordem, rotina e disciplina” (pagina 164). Ou seja, as certezas do pensamento europeu iluminista estavam desaparecendo, os antigos valores entrava em contradição com a realidade, o que levou a uma busca pelo ocultismo principalmente pelo pensamento conservador de direita.Uma das principais transformações foi o inicio da participação da mulher na vida pública como trabalhadora,mas também como eleitora.
Os romances de aventura dessa época expressam bem essa crise identitária (a produção literária nessa era foi grande). Por exemplo, para o autor o romance de Rudyard Kipling, que conta a estória de Mowgli é uma tradução da obediência que o cidadão devia ao Estado. E o de Joseph Conrad, mostra como onde está sem convenções, o homem expande seu poder e leva tudo a destruição, portanto esses dos autores descrevem os aspectos contraditórios do homem moderno e expandem os horizontes humanos na medida em que quem não tinha dinheiro para viajar, lia um romance e se defontrava com um novo mundo. Junto ao romance, e aos relatos de viajantes surgiu a antropologia, os três buscavam de maneira diferentes responder as curiosidades acerca das sociedades coloniais.
O imperialismo teve que lutar também contra uma força política de contestação, o socialismo, que ele ajudou a propagar nessa era.
Este texto descreve uma época em que a industrialização estava chegando a varias regiões do mundo, e as condições de vida e trabalho estavam melhoras que nunca, e os países europeus estavam ampliando seus domínios, por necessidade de mercados e de matérias - primas, ou seja, entre 1876 e 1914.
Essa expansão territorial se dirigiu basicamente para a África, Oceano Pacífico e Ásia, e foi produto da necessidade interna do modo capitalista de produção, que não encontra mais espaço para se reproduzir nos limites do Estado- Nação, e criou embate com os limites jurídicos cuja aplicação só pode ser feita em um território limitado, nas colônias os indivíduos que possuíam o capital ou que eram administradores colônias decidiam, com ajuda do aparato militar. Então o autor argumenta que justamente por isso que o termo imperialismo, cunhado para explicar essa era, não é correta; pois se correlaciona com a idéia de império, que estenderia suas leis para os seus domínios, processo que não ocorreu nessa época de dominação.
Essa nova colonização também ocorreu por meios de investimentos de capital em países independentes politicamente, mas não financeira, como o Brasil.
Nessa era também houve alterações nos comportamento do homem médio europeu; como o aumento da população pelo desenvolvimento da ciência e de medicina, aumento do tempo de lazer, o surgimento das vitrines de lojas e exposições de tecnologia, com as quais as pessoas se deslumbravam; e o nascimento do turismo. Justamente criou se a crença de que a ciência e a técnica são infalíveis.
Apesar de todo o progresso, e euforia com as transformações e as melhores condições de vida, houve também uma crise de identidade, por causa da “expansão e de superação de uma vida levada na mais pacata ordem, rotina e disciplina” (pagina 164). Ou seja, as certezas do pensamento europeu iluminista estavam desaparecendo, os antigos valores entrava em contradição com a realidade, o que levou a uma busca pelo ocultismo principalmente pelo pensamento conservador de direita.Uma das principais transformações foi o inicio da participação da mulher na vida pública como trabalhadora,mas também como eleitora.
Os romances de aventura dessa época expressam bem essa crise identitária (a produção literária nessa era foi grande). Por exemplo, para o autor o romance de Rudyard Kipling, que conta a estória de Mowgli é uma tradução da obediência que o cidadão devia ao Estado. E o de Joseph Conrad, mostra como onde está sem convenções, o homem expande seu poder e leva tudo a destruição, portanto esses dos autores descrevem os aspectos contraditórios do homem moderno e expandem os horizontes humanos na medida em que quem não tinha dinheiro para viajar, lia um romance e se defontrava com um novo mundo. Junto ao romance, e aos relatos de viajantes surgiu a antropologia, os três buscavam de maneira diferentes responder as curiosidades acerca das sociedades coloniais.
O imperialismo teve que lutar também contra uma força política de contestação, o socialismo, que ele ajudou a propagar nessa era.

O autor argumenta que a nossa compreensão dos mecanismos que tornaram o Holocausto possível não avançou, por isso talvez estejamos despreparados para entender os sinais de alerta. Ele ressalta que a autoridade dos Estados não é suficiente para justificar o Holocausto. O Holocausto é um produto da sociedade moderna, que ela não conseguiu dominar, que estão em maior parte do tempo a margem e portanto não podem ser observados. E por esses motivos e necessário estudá-lo.

O Holocausto foi feito segundo o autor à maneira moderna, ou seja, de forma racional, planejada, com base cientifica, eficientemente coordenada e executada, com uma burocracia sem a qual não teria sido possível (pois se dependesse das pessoas não chegaria aos resultados que chegou), justamente o Holocausto tem algo novo, foi independente de emoções individuais e grupais e das conseqüências destas.

Isso porque o objetivo do Holocausto estava acima das emoções, o objetivo de construir uma sociedade perfeita; suas vitimas morreram por não se adaptarem a esse projeto de sociedade, esse projeto foi produto da modernidade, que criou sonhos de racionalização, planejamento e controle; e claro as tecnologias e técnicas que permitiram a criação de projetos de sociedade perfeita.

Dentro da burocracia, a divisão funcional do trabalho, ou seja, a especialização de cada trabalhador e o conseqüente distanciamento dele em relação ao resultado final faz com que suas preocupações estejam voltadas para técnica. A burocracia também leva a desumanização dos objetos da operação burocrática, pois os objetos de sua ação são reduzidos a medidas quantitativas, importando apenas os lucros do resultado o que une os trabalhadores burocráticos com o objetivo de fazer sua ação de maneira mais eficiente possível.

A burocracia tem como vimos uma lógica interna propria. Na Alemanha ela preencheu o espaço entre a execução e a idéia, e foi por causa de sua concentração nos meios que o Holocausto ganhou uma força própria, saciando a violência que estava concentrando à margem da sociedade. O Holocausto mostrou o potencial mortífero das conquistas da ciência moderna, foi produto dela o questionamento da autoridade, da religião e da ética, além de virar instrumento nas mãos do Estado Nazista. Além da ciência a falta de resistência por parte dos espectadores que foi fraca, ajudou o regime a crescer. As forças econômicas e sociais se enfraqueceram, e foram substituídas por forças políticas do Estado Nazista, com a sujeição dos governos locais a esse governo central.

O autor argumenta finalmente que atualmente devido ao crescimento das tecnologias, e maior distanciamento entre o executor da tarefa e seu resultado podem levar a radicalizações como o Holocausto.



sábado, 3 de maio de 2008

Fichamento número 5: HOBSBAWM, Eric. A era dos extremos.

São Paulo, Companhia das Letras, 1995. Capitulo 5.

A situação de aliança entre o mundo capitalista e o socialista contra um inimigo comum, a Alemanha de Hitler na qual viam um perigo maior; durou de 1939 ,quando os EUA reconhecem oficialmente a URSS,até 1947 quando começa a Guerra entre os dois.

A Alemanha era diferente, pois se tratava de um Estado cuja política era determinada ideologicamente, mesmo assim entre 1933 e 1941 cada país tratou a Alemanha de acordo com seus interesses, só que a lógica de guerra de Hitler acabou tornando-a global, ao levantar as mesmas questões nos países ocidentais e separar as sociedades em pró e antifascistas. Além do balanço do equilíbrio de poder entre os Estados - nação, estava em curso uma guerra ideológica entre os herdeiros dos iluministas e seus adversários.

Foi uma época em que foi importante o patriotismo, a lealdade de um cidadão ao seu governo, e por essa idéia de patriotismo que foi combatido o nazismo em alguns países. A Alemanha se tornou a mais implacável e comprometida com a destruição dos valores da civilização, entre os países do Eixo, e a mais capaz de levar em diante o seu projeto.

A crise do liberalismo e a debilidade dos Estados democráticos liberais (incapazes de adotar políticas antipopulares, como o antifascismo) fortaleceu o fascismo, que estavam com a 1ª Guerra na memória (que os enfraqueceu economicamente, o que também dificultou reação) e por isso tentaram evitar a todo custo uma nova guerra, apesar de muito popular o pacifismo desapareceu na década de 40. O único país importante que inicialmente teve coragem de se opor ao nazismo foi a URSS, o primeiro a apresentar a idéia de aliança independente da ideologia; contra o fascismo. O nazismo tratava os dois lados como inimigos.

A formação de Frentes Populares antifascistas, e suas vitorias eleitorais mostrou os custos da desunião e geraram esperanças nos movimentos trabalhistas e socialistas, entretanto não indicaram muita ampliação do antifascismo, pois não houve mudanças eleitorais para a esquerda na Europa Ocidental.

O antifascismo organizou os adversários tradicionais da direita, mobilizou minorias devido ao seu racismo e hostilidade à liberdade intelectual. Os conservadores simpatizavam com o nazismo devido ao extermínio da esquerda que praticava, só depois da guerra e que o anti-semitismo tornou - se questão de morte.

Os governos ocidentais não quiseram entrara em alianças com a URSS contra Hitler mesmo em 1938-1939, quando essa aliança era vista como urgente por todos,e o temor de enfrentar Hitler sozinho levou Stalin a fazer um pacto com o mesmo em 1939. Essa fracassada tentativa de resistência a Hitler possibilitou também, a ascensão sem resistência da Alemanha Nazista entre 1933-1939, inclusive com medo de que as forças russas invadirem seus territórios, ou com medo de que uma 2ª Guerra desmembrasse os seus impérios, preço que os imperialistas britânicos não estavam dispostos a pagar.

Assim, os governos ocidentais tentaram negociações com a Alemanha, mas esses acordos se mostraram impossíveis na medida em que Hitler se mostrou totalmente não pragmático, deixando duas opções:a guerra ou a aceitação da dominação nazista.

Só depois que a política expansionista de Hitler mobilizou as massas, com a ocupação da Tchecoslováquia,e que os governos também se mobilizaram para combater o nazismo;já em 1939 a guerra parecia provável demais,mesmo assim a Europa não se preparou para ela,muitos das suas autoridades chegaram até cogitar em se aliar ao fascismo,mas o que dificultava era o Hitler.

Apenas durante a Guerra Civil Espanhola as forças antifascistas conseguiram ser moldadas, pois permitiu um afrouxamento das hostilidades entre capitalistas e socialistas, o que permitiu a posterior aliança antifascista entre eles, até 1941 quando a Alemanha invadiu a URSS e declarou guerra aos EUA, a guerra se tornou global, e política consolidando de vez a aliança antifascista.

A Resistência foi organizada basicamente por civis, sua importância militar foi pequena até a Italia se retirar da Guerra em 1943, maior mesmo foi à importância político e moral dela, na Alemanha essa resistência foi impossível devido à morte da maioria dos opositores do regime, e a tendência da Resistência era de esquerda, principalmente com influencia dos comunistas entre 1945-1947; acostumados a viver na ilegalidade ao contrario dos adeptos de outras ideologias, seu internacionalismo, e a convicção com que dedicavam suas vidas a causa. Apesar dessa influencia, os comunistas não tentaram estabelecer regimes revolucionários, pois a propria URSS aconselhou os partidos a isso.

Na maioria dos países europeus depois da Guerra houve mudanças sociais que procuravam aprender lições da Crise de 1929 e da 1ª Guerra, para evitar o surgimento de outro Hitler. Exceto na URSS (mas a Guerra impôs tensões a estabilidade do sistema, a vitoria na Guerra foi baseada no patriotismo) e nos EUA (envolvido com problemas internos e distantes da Guerra).

Outra conseqüência da Guerra foi o surgimento de movimentos de libertação colonial que se inclinaram em sua maioria para esquerda, pois esta tinha primazia em teorias e políticas antiimperilalistas, também porque as políticas racistas e nostálgicas dos nazistas não eram bem aceitas pelos modernizadores lideres de movimentos antiimperialistas, apesar das massas desses países se mobilizarem por sentimentos como tradicionalismo, exclusivismo religioso e étnico, desconfiança em relação ao moderno, e podiam ter recebido influencia nazista, mas no poder estavam pessoas seculares e modernizantes. Ao contrario da Europa, nesses países os comunistas não tiveram muitos triunfos políticos.

O fascismo logo após a Guerra desapareceu da vida política, pois só trazia lembranças amargas, e as alianças entre forças ideológicas diversas que se basearam em um inimigo comum, e aspirações de igualdade de direitos entrou em colapso.


BIBLIOGRAFIA:

BERMAN, Marshall. Tudo o que é sólido se desmancha no ar: a aventura da modernidade.Introdução.

sábado, 12 de abril de 2008

Fichamento do texto nº 4:

HOBSBAWM, Eric J;

“A Era dos Impérios: 1875-1914.” Capítulos 2.

O autor começa sua descrição da economia da era dos impérios apontando o fato de que durante essa época, o ritmo comercial gerou depressões (mais especificamente entre 1873 e 1890), mas a produção e o comercio mundial continuou a aumentar, basicamente pela chegada Revolução Industrial a novos países como a Rússia ,Azerbaijão e Ucrânia (até mesmo os países subdesenvolvidos, embora seu desenvolvimento tenha sido dependente), e o desenvolvimento econômico dos EUA, Japão e Alemanha. Apesar desse crescimento da produção, a crise gerou crenças pessimistas, baseadas numa sensação de mal estar econômico e sociais ou otimistas baseadas na esperança de que o capitalismo teria seu fim a partir da vivencia de suas contradições internas.

Já os capitalistas se preocupavam com a queda dos preços, das taxas de juros e de lucros, a queda de preços era por demais preocupantes, pois o século foi deflacionário, principalmente entre 1873-1896, e por que reduz a taxa de lucro (objetivo do capitalismo). Essa queda nos preços foi causada pela nova tecnologia industrial (que encareciam o custo da produção, seja deixando a empresa com equipamentos obsoletos que nem produtividade e conseqüentemente lucratividade ou com novos, que devido ao preço demoravam a ser pagos e também não permitiam a lucratividade rápida) que aumentou a produção e pela insuficiente rapidez do crescimento do mercado (ainda não estava desenvolvido o consumo de massas). Outro agravante foi a queda gradual, e a flutuação do preço da prata e sua cotação em relação ao ouro; já que os pagamentos internacionais eram feitos em metais preciosos;o que complicou o comercio entre países cujas unidades monetárias tinham base em metais preciosos diferentes.

As pessoas envolvidas na agricultura tinham preocupantes a mais (ocorreu à desaceleração da taxa de crescimento da produção agrícola mundial após o salto inicial, por causa dos oito anos de seca 1895-1902 e do surgimento de novas pragas), já que este setor sofreu mais profundamente a crise devido à superprodução das décadas anteriores e ao abatimento dos custos de transporte que fez com que os preços dos produtos agrícolas caíssem vertiginosamente. As conseqüências políticas desse fator são importantes, já que a maioria da população era na época trabalhadora agrícola, a reação deles dependeu da riqueza e da estrutura política de seus países (em algumas regiões a situação foi agravada devido ao surgimento de outros flagelos),mais a maioria das populações escolheu como solução ou a imigração ou a formação de cooperativas.Por conseguinte a reação dos países foi variada, uns escolheram deixar a agricultura se atrofiar (não tinham campesinato), outros modernizaram propositalmente a agricultura, e alguns optaram pelas tarifas alfandegárias que mantiveram os preços elevados(para beneficio dos agricultores, e das organizações de industriais nacionais ),

A partir dessas medidas concluímos que a era dos impérios deixou de ser a era do liberalismo principalmente no mercado de matérias primas (embora não no mercado de capitais e de mão de obra),cresceu a desconfiança em relação a eficácia da doutrina liberal,houve uma democratização da política que obrigou os governos a adotar políticas de reforma e de bem estar sociais.Isso porque os Estados intervinham na economia tomando as medidas que já citamos contra a concorrência, a exceção foi a Grã-Bretanha que continuou com o comercio livre, com as vantagens de ser a maior exportadora de produtos industrializados, de capital, de serviços financeiros, comerciais e de transporte, além de ser a maior importadora de produtos primários do mundo, por isso o livre comercio era importante, pois permitia que os fornecedores trocassem seus produtos primários por manufaturados britânicos, e dava aos países protecionistas espaço para promover suas exportações,fora isso,até as empresas multinacionais procuraram se vincular a economias importantes.

Este protecionismo só ocorreu no mundo desenvolvido onde os Estados era fortes o suficiente para impo-lo(e se tornavam rivais),o mundo subdesenvolvido não tinha opção e continuava a se desenvolver suas economias para atender as necessidades e interesses de suas potências.O protecionismo restringia-se em maior parte ao comercio de mercadorias,o agrícola teve conseqüências variáveis de país a país e o industrial,ao incentivar a industria nacional produzindo para o mercado interno aumentou o número de industrias,e a produção(que foi melhor distribuída entre os países industrializados).

Outra reação (à queda do lucro, dos preços e aumento da concorrência do período) significativa à crise foi à concentração econômica e a racionalização empresarial, não era monopólio ou oligopólio (embora a concentração capitalista implica-se numa tendência a formação destes), mas uma junção de vários capitalistas em conseqüência ao crescimento da empresas se fez necessário novas formas de controlar essas empresas (já que os métodos tradicionais não estavam dando mais resultados),estas serão baseadas na racionalidade científica(visando a maximização dos lucros ,criaram táticas para conseguir que os operários produzissem mais,isolando-o do grupo,pagando maiores salários ,transferindo o controle do processo de trabalho aos agentes da administração, e dividindo o processo produtivo em unidades componentes cronometradas).

A procura do capital por investimentos mais lucrativos, e da produção por mercados ajudaram na construção de outra saída à crise, o imperialismo e as suas políticas expansionistas territoriais e de mercado. Entretanto, apesar da crise o custo de vida baixou por causa da queda dos preços de produtos agrícolas o que melhorou as condições de vida dos trabalhadores.

De repente a economia capitalista fez sua virada, saído da crise para era de prosperidade conhecida como “belle époque”, devido à redistribuição do poder de iniciativa econômica, ao relativo declínio britânico, e avanço dos EUA (com maior população, portanto com mais mercado consumidor), e da indústria alemã (que produziu muito), assim a o conjunto da economia cresceu rapidamente. Essa virada irá ser entendida pelos economistas como um movimento de primeiro esgotamento do lucro potencial de inovações econômicas, vindo logo após um movimento onde a s inovações tecnológicas terão seu potencial apreciado e aproveitado, e foi justamente isso que ocorreu às novas indústrias renovaram a economia mundial, com seu desenvolvimento rápido no fim dos anos 1890.

Por volta dessa época, as pessoas se aglomeram com mais intensidade nas cidades, e devido a que da de preços tinham um poder aquisitivo maior, por isso surgiu o consumo de massa (devido ao aumento da população ,da urbanização e da renda real,que foi mais importante do que o crescimento do consumo das classes abastadas cuja demandada não mudou)publicitária dirigida às massas, as vendas a prazo. Devido ao aumento do consumo, o mercado internacional dos produtos primeiros cresceu, e as regiões subdesenvolvidas conseqüentemente também, aumentando a circulação de bens e de pessoas das regiões desenvolvidas para as subdesenvolvidas, modernizando essas regiões, mas sobre os interesses das potencias. Apesar da grande transformação da popularização da revolução tecnológica, da indústria e da ciência, as transformações econômicas em si mesmas foram apenas uma melhoria da primeira revolução industrial.

Outra característica dessa época foi à rivalidade entre Estados, principalmente depois que a Grã Bretanha foi perdendo sua posição de economia central, devido ao surgimento de outras economias importantes como a da Alemanha, a do Japão e a dos EUA, este fato não foi imediatamente percebido devido a dependência da maioria dos países industrializados dos serviços financeiros, comerciais e da frota mercante da Inglaterra, por que aqueles compravam produtos primários do mundo subdesenvolvido e acumulavam um déficit comercial , a Inglaterra era responsável por restabelecer o equilíbrio global, importando bens manufaturados de seus rivais e exportando seus produtos indústrias para o mundo dependente.

O impacto maior dessa época para as pessoas era o êxito da economia, por isso para a classe média esse período ficaria conhecido como a belle époque, uma era que acabaria em 1914, as mesmas motivações que a tornou prospera a levaram para a guerra; para os operários,apesar da sensação de pleno emprego causada pela intensa utilização de mão de obra quase não qualificada ,quando ocorreu a mudança nos termos de troca devido a desaceleração no crescimento da produção agrícola mundial, e os termos de troca ficaram mais favoráveis a agricultura, pressionando os custos da produção industrial e sua lucratividade, essa pressão foi transferida para os operários, que tiveram estagnação ou abatimento no salário real o que foi um das principais causas de tensão social ocorridas nos anos anteriores a 1914.

domingo, 6 de abril de 2008

Fichamento do texto nº 4:

HOBSBAWM, Eric J;

“A Era dos Impérios: 1875-1914.” Capítulos 1.

O autor começa analisando o mundo de 1880(cem anos após a Revolução Francesa), e a primeira característica que aponta é a globalidade do mercado, e outra é que as explorações já tinham outros objetivos, e outras idéias que eram suas novas bases.

Além disso, ele assinala três inovações que fundamentais a época, a ferrovia, a navegação a vapor e o telégrafo elétrico, que reduziram em tempo as viagens de pessoas e informações, portanto os países estavam cada vez mais interligados pelos deslocamentos de bens, pessoas, capital, comunicações, produtos materiais e idéias.

Durante essa época a diferença entre os países se acentuou embora ainda parecesse superáveis, a tecnologia era a causa principal dessa diferença, e expunha a fragilidade dos países pobres, que foi largamente aproveitada pelos países europeus industrializados, que fizeram sua relação de diplomacia e exploração com esses países pobres baseando-se nas armas (ao contrario da primeira exploração colonial que só consegui ser realizada devido à agressividade e a organização disciplinada).

Assim segundo o autor o mundo de 1880 era único, mas dividido entre dois setores que juntos se completavam e formavam o sistema, eram os setores desenvolvidos e o defasado, as fronteiras entre os dois não eram muito bem traçadas, por exemplo, a própria Europa possuía partes dinâmicas e partes periféricas como a Rússia.

A partir daí o autor expõe as principais diferenças entre esses dois setores do mundo, uma delas é que o setor desenvolvido era unido pela sua história, sua política e sua expansão sobre o segundo (e por ser portador do progresso capitalista), é a supremacia era basicamente deles já que tinham a maior população e a maior e melhor produção industrial, de avanços tecnológicos e de cultura erudita (ainda restrita as elites, ao longo do século XIX os liberais e os ideólogos de esquerda iram exigir que a cultura seja de livre acesso).

Outras características comuns aos países desenvolvidos era possuir um Estado territorial homogêneo, internacionalmente soberano, com extensão o bastante para proporcionar um desenvolvimento econômico nacional, e um corpo de instituições jurídicas e políticas de tipo liberal representativo, garantir a autonomia e a iniciativa locais, serem composto de cidadãos, indivíduos que desfrutavam de direitos jurídicos e políticos e tinha relações diretas com o governo nacional (homens adultos se adequavam melhor a esse perfil).

As regiões atrasadas não tinham muitas características em comum com essa teoria constitucional, pois eram formados por colônias ou impérios antigos, os poucos que tinham características democráticas excluíam as populações anteriores a chegada dos colonizadores. Além de só serem unidas por suas relações de dependência com as regiões desenvolvidas, dependência esta causa pela incapacidade de integrar a rota de comercio, de alcançar o nível tecnológico do setor desenvolvido, e de resistir aos homens armados , o que os unia também na categoria de vitimas.

Apesar disso o setor desenvolvido (que estava em rápido processo de urbanização), com suas cidades importantes e numerosas ainda permanecia essencialmente agrícola, embora fosse uma agricultura bem mais eficiente do que a das regiões não desenvolvidas, além disso, ainda havia a produção dos pequenos artesãos (que entrou em crise por volta desta época com a concorrência das fabricas) e a industrialização não se restringiu ao chamado Primeiro Mundo, tendo atingido algumas regiões do mundo atrasado com indústrias de infra-estrutura, de extrativismo, têxtil, alimentícia, metalúrgica, apesar desses países não poderem ser descritos como industrializados.

No setor desenvolvido a maioria da população era alfabetizada, e as esferas da vida (política, econômica e intelectual) haviam se desprendido das religiões antigas, do tradicionalismo e da superstição, além disso, esta parte do mundo monopolizava a ciência que era parte principal da tecnologia moderna. Já nas regiões atrasadas a população analfabeta era maioria, inclusive a urbana o que era um indicador de maior atraso (embora a o analfabetismo em massa não excluísse a existência de uma cultura maravilhosa, restrita a uma minoria, mas as regiões desenvolvidas também se caracterizavam pela Universidade secular e a Ópera),essa diferença se dava por dois motivos :um cultural;pois nas regiões desenvolvidas haviam mais judeus e protestantes,que incentivam mais a educação de massa e outro era o reflexo da divisão econômica e social do trabalho.

Nessa época, por volta de 1880, o dinheiro se tornou a nascente das diferenças de liberdade (a liberdade é de todos, mas só os que têm dinheiro podem aproveitá-la), de status jurídicos, de poder de influencia política e de coerção (quem tinha dinheiro tinha esse poder). O que definiu o século XIX basicamente foi à mudança, causada em função dos objetivos das regiões dinâmicas, apesar dessa mudança atingir a todos os países, ela foi diferente em cada um deles.

Entre os progressos culturais da época estão à abolição da servidão, a expansão da alfabetização, e o asseguramento da educação de massa universalizada, as instituições se encaminhavam ao constitucionalismo liberal (a democracia era um sinal de progresso embora não existisse em meio mundo). Entre tantos progressos (na tecnologia, na produção material, na comunicação e na cultura) o espírito era de grande otimismo, como se a historia garantisse o aperfeiçoamento continuo, idéia que inclusive ira ser teorizada por um filósofo chamado Hegel. Apesar de tantas mudanças na produção, a sociedade de consumo só irá mudar depois da 1ª guerra (um exemplo disso é que as primeiras lojas de departamentos criadas na época não visavam à classe trabalhadora), mesmo que as tecnologias já melhorassem vida das pessoas.

Contudo nas regiões atrasadas, a novidade tecnológica ou cultural, que geralmente era trazida por gente de fora era vista como perturbadora de velhos hábitos, só as minorias governantes e não religiosas conseguiam se beneficiar dela, essa impossibilidade ou a recusa da maioria dos habitantes dessas regiões em aceitar a modernidade (que segundo Berman abre um leque de possibilidades, mas destrói valores tradicionais) fez com que os habitantes das regiões desenvolvidas concluíssem que o resto da humanidade era inferior a eles, por não poder atingir o que eles brancos europeus atingiram e a partir dessa premissa dividissem o mundo em raça, e seus próprios países entre a classe média e as massas que sempre seriam inferiores devido a suas deficiências genéticas, assim a biologia foi apropriada para explicar a desigualdade social.

Essa ideologia foi tão forte que muitos países latino-americanos, adotaram medidas de branqueamento racial (pelo casamento inter-racial, ou pelo repovoamento com europeus brancos importados) para tentar atingir o progresso, o despotismo tornou se um modo legítimo de governar os atrasados, sobre a retórica de que a finalidade do avanço seria alcançada, além de acirrar o contraste entre progresso como aspiração universal, e a real diferença entre regiões avanças e atrasadas.

Finalmente, nas regiões desenvolvidas o progresso chegou a um ponto, em que a retórica pessimista começou a ser ouvida, começava a era da crise.

BIBLIOGRAFIA:

BERMAN, Marshall “Tudo que é sólido se desmancha no ar: a aventura da modernidade”. (páginas: 24 a 49)

FALCON, Francisco J. C.; ”O capitalismo unifica o mundo” In ___ FILHO, Daniel Aarão Reis (org.) Século XX Volume I: O Tempo das Certezas.