sábado, 12 de abril de 2008

Fichamento do texto nº 4:

HOBSBAWM, Eric J;

“A Era dos Impérios: 1875-1914.” Capítulos 2.

O autor começa sua descrição da economia da era dos impérios apontando o fato de que durante essa época, o ritmo comercial gerou depressões (mais especificamente entre 1873 e 1890), mas a produção e o comercio mundial continuou a aumentar, basicamente pela chegada Revolução Industrial a novos países como a Rússia ,Azerbaijão e Ucrânia (até mesmo os países subdesenvolvidos, embora seu desenvolvimento tenha sido dependente), e o desenvolvimento econômico dos EUA, Japão e Alemanha. Apesar desse crescimento da produção, a crise gerou crenças pessimistas, baseadas numa sensação de mal estar econômico e sociais ou otimistas baseadas na esperança de que o capitalismo teria seu fim a partir da vivencia de suas contradições internas.

Já os capitalistas se preocupavam com a queda dos preços, das taxas de juros e de lucros, a queda de preços era por demais preocupantes, pois o século foi deflacionário, principalmente entre 1873-1896, e por que reduz a taxa de lucro (objetivo do capitalismo). Essa queda nos preços foi causada pela nova tecnologia industrial (que encareciam o custo da produção, seja deixando a empresa com equipamentos obsoletos que nem produtividade e conseqüentemente lucratividade ou com novos, que devido ao preço demoravam a ser pagos e também não permitiam a lucratividade rápida) que aumentou a produção e pela insuficiente rapidez do crescimento do mercado (ainda não estava desenvolvido o consumo de massas). Outro agravante foi a queda gradual, e a flutuação do preço da prata e sua cotação em relação ao ouro; já que os pagamentos internacionais eram feitos em metais preciosos;o que complicou o comercio entre países cujas unidades monetárias tinham base em metais preciosos diferentes.

As pessoas envolvidas na agricultura tinham preocupantes a mais (ocorreu à desaceleração da taxa de crescimento da produção agrícola mundial após o salto inicial, por causa dos oito anos de seca 1895-1902 e do surgimento de novas pragas), já que este setor sofreu mais profundamente a crise devido à superprodução das décadas anteriores e ao abatimento dos custos de transporte que fez com que os preços dos produtos agrícolas caíssem vertiginosamente. As conseqüências políticas desse fator são importantes, já que a maioria da população era na época trabalhadora agrícola, a reação deles dependeu da riqueza e da estrutura política de seus países (em algumas regiões a situação foi agravada devido ao surgimento de outros flagelos),mais a maioria das populações escolheu como solução ou a imigração ou a formação de cooperativas.Por conseguinte a reação dos países foi variada, uns escolheram deixar a agricultura se atrofiar (não tinham campesinato), outros modernizaram propositalmente a agricultura, e alguns optaram pelas tarifas alfandegárias que mantiveram os preços elevados(para beneficio dos agricultores, e das organizações de industriais nacionais ),

A partir dessas medidas concluímos que a era dos impérios deixou de ser a era do liberalismo principalmente no mercado de matérias primas (embora não no mercado de capitais e de mão de obra),cresceu a desconfiança em relação a eficácia da doutrina liberal,houve uma democratização da política que obrigou os governos a adotar políticas de reforma e de bem estar sociais.Isso porque os Estados intervinham na economia tomando as medidas que já citamos contra a concorrência, a exceção foi a Grã-Bretanha que continuou com o comercio livre, com as vantagens de ser a maior exportadora de produtos industrializados, de capital, de serviços financeiros, comerciais e de transporte, além de ser a maior importadora de produtos primários do mundo, por isso o livre comercio era importante, pois permitia que os fornecedores trocassem seus produtos primários por manufaturados britânicos, e dava aos países protecionistas espaço para promover suas exportações,fora isso,até as empresas multinacionais procuraram se vincular a economias importantes.

Este protecionismo só ocorreu no mundo desenvolvido onde os Estados era fortes o suficiente para impo-lo(e se tornavam rivais),o mundo subdesenvolvido não tinha opção e continuava a se desenvolver suas economias para atender as necessidades e interesses de suas potências.O protecionismo restringia-se em maior parte ao comercio de mercadorias,o agrícola teve conseqüências variáveis de país a país e o industrial,ao incentivar a industria nacional produzindo para o mercado interno aumentou o número de industrias,e a produção(que foi melhor distribuída entre os países industrializados).

Outra reação (à queda do lucro, dos preços e aumento da concorrência do período) significativa à crise foi à concentração econômica e a racionalização empresarial, não era monopólio ou oligopólio (embora a concentração capitalista implica-se numa tendência a formação destes), mas uma junção de vários capitalistas em conseqüência ao crescimento da empresas se fez necessário novas formas de controlar essas empresas (já que os métodos tradicionais não estavam dando mais resultados),estas serão baseadas na racionalidade científica(visando a maximização dos lucros ,criaram táticas para conseguir que os operários produzissem mais,isolando-o do grupo,pagando maiores salários ,transferindo o controle do processo de trabalho aos agentes da administração, e dividindo o processo produtivo em unidades componentes cronometradas).

A procura do capital por investimentos mais lucrativos, e da produção por mercados ajudaram na construção de outra saída à crise, o imperialismo e as suas políticas expansionistas territoriais e de mercado. Entretanto, apesar da crise o custo de vida baixou por causa da queda dos preços de produtos agrícolas o que melhorou as condições de vida dos trabalhadores.

De repente a economia capitalista fez sua virada, saído da crise para era de prosperidade conhecida como “belle époque”, devido à redistribuição do poder de iniciativa econômica, ao relativo declínio britânico, e avanço dos EUA (com maior população, portanto com mais mercado consumidor), e da indústria alemã (que produziu muito), assim a o conjunto da economia cresceu rapidamente. Essa virada irá ser entendida pelos economistas como um movimento de primeiro esgotamento do lucro potencial de inovações econômicas, vindo logo após um movimento onde a s inovações tecnológicas terão seu potencial apreciado e aproveitado, e foi justamente isso que ocorreu às novas indústrias renovaram a economia mundial, com seu desenvolvimento rápido no fim dos anos 1890.

Por volta dessa época, as pessoas se aglomeram com mais intensidade nas cidades, e devido a que da de preços tinham um poder aquisitivo maior, por isso surgiu o consumo de massa (devido ao aumento da população ,da urbanização e da renda real,que foi mais importante do que o crescimento do consumo das classes abastadas cuja demandada não mudou)publicitária dirigida às massas, as vendas a prazo. Devido ao aumento do consumo, o mercado internacional dos produtos primeiros cresceu, e as regiões subdesenvolvidas conseqüentemente também, aumentando a circulação de bens e de pessoas das regiões desenvolvidas para as subdesenvolvidas, modernizando essas regiões, mas sobre os interesses das potencias. Apesar da grande transformação da popularização da revolução tecnológica, da indústria e da ciência, as transformações econômicas em si mesmas foram apenas uma melhoria da primeira revolução industrial.

Outra característica dessa época foi à rivalidade entre Estados, principalmente depois que a Grã Bretanha foi perdendo sua posição de economia central, devido ao surgimento de outras economias importantes como a da Alemanha, a do Japão e a dos EUA, este fato não foi imediatamente percebido devido a dependência da maioria dos países industrializados dos serviços financeiros, comerciais e da frota mercante da Inglaterra, por que aqueles compravam produtos primários do mundo subdesenvolvido e acumulavam um déficit comercial , a Inglaterra era responsável por restabelecer o equilíbrio global, importando bens manufaturados de seus rivais e exportando seus produtos indústrias para o mundo dependente.

O impacto maior dessa época para as pessoas era o êxito da economia, por isso para a classe média esse período ficaria conhecido como a belle époque, uma era que acabaria em 1914, as mesmas motivações que a tornou prospera a levaram para a guerra; para os operários,apesar da sensação de pleno emprego causada pela intensa utilização de mão de obra quase não qualificada ,quando ocorreu a mudança nos termos de troca devido a desaceleração no crescimento da produção agrícola mundial, e os termos de troca ficaram mais favoráveis a agricultura, pressionando os custos da produção industrial e sua lucratividade, essa pressão foi transferida para os operários, que tiveram estagnação ou abatimento no salário real o que foi um das principais causas de tensão social ocorridas nos anos anteriores a 1914.

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