segunda-feira, 12 de maio de 2008

O autor argumenta que a nossa compreensão dos mecanismos que tornaram o Holocausto possível não avançou, por isso talvez estejamos despreparados para entender os sinais de alerta. Ele ressalta que a autoridade dos Estados não é suficiente para justificar o Holocausto. O Holocausto é um produto da sociedade moderna, que ela não conseguiu dominar, que estão em maior parte do tempo a margem e portanto não podem ser observados. E por esses motivos e necessário estudá-lo.

O Holocausto foi feito segundo o autor à maneira moderna, ou seja, de forma racional, planejada, com base cientifica, eficientemente coordenada e executada, com uma burocracia sem a qual não teria sido possível (pois se dependesse das pessoas não chegaria aos resultados que chegou), justamente o Holocausto tem algo novo, foi independente de emoções individuais e grupais e das conseqüências destas.

Isso porque o objetivo do Holocausto estava acima das emoções, o objetivo de construir uma sociedade perfeita; suas vitimas morreram por não se adaptarem a esse projeto de sociedade, esse projeto foi produto da modernidade, que criou sonhos de racionalização, planejamento e controle; e claro as tecnologias e técnicas que permitiram a criação de projetos de sociedade perfeita.

Dentro da burocracia, a divisão funcional do trabalho, ou seja, a especialização de cada trabalhador e o conseqüente distanciamento dele em relação ao resultado final faz com que suas preocupações estejam voltadas para técnica. A burocracia também leva a desumanização dos objetos da operação burocrática, pois os objetos de sua ação são reduzidos a medidas quantitativas, importando apenas os lucros do resultado o que une os trabalhadores burocráticos com o objetivo de fazer sua ação de maneira mais eficiente possível.

A burocracia tem como vimos uma lógica interna propria. Na Alemanha ela preencheu o espaço entre a execução e a idéia, e foi por causa de sua concentração nos meios que o Holocausto ganhou uma força própria, saciando a violência que estava concentrando à margem da sociedade. O Holocausto mostrou o potencial mortífero das conquistas da ciência moderna, foi produto dela o questionamento da autoridade, da religião e da ética, além de virar instrumento nas mãos do Estado Nazista. Além da ciência a falta de resistência por parte dos espectadores que foi fraca, ajudou o regime a crescer. As forças econômicas e sociais se enfraqueceram, e foram substituídas por forças políticas do Estado Nazista, com a sujeição dos governos locais a esse governo central.

O autor argumenta finalmente que atualmente devido ao crescimento das tecnologias, e maior distanciamento entre o executor da tarefa e seu resultado podem levar a radicalizações como o Holocausto.



Nenhum comentário: